Saudades dos tempos em que os rios iam bater aos mares e os oceanos às mais longínquas terras.
Saudades dos tempos em que éramos só duas pessoas sem sonhos ou regras.
E por isso, sentada peço, que os astros se encontrem, que a lua e o sol partilhem sempre o mesmo céu, cansada rogo, que as orações sejam sentidas, que os dedos não se entrelacem de novo.
E, lá longe, sinto que me amam de coração no chão, sinto que o silêncio quebra barreiras para me ter por perto.
E bem longe, onde os navios não conseguem passar, onde a água não pertence ao mar, de lá longe, vêm guerreiros para me acordar.
Saudades! E o vento bate sem pudor, e as flores morrem de desamor, bem longe, por passos que não me pertencem, colinas que se estendem e no fim um sorriso.
Rogo, deitada nos escombros de um sonho lúcido, que o sonambulismo prevaleça.
E que assim, se o destino o quiser, eu permaneça nos teus braços.