A dignidade com que morrem os animais: não têm nada para deixar.
A paz só a conhece quem sofreu todos os desastres.O que me cabe, depois de alguns desastres, é apenas o caminho arenoso da paz.Este momento.
O silêncio, o que é o silêncio perguntei ao mestre. Uma floresta cheia de ruído.
Amei a vida inteira e sei de cor as leis do amor.Umas são de pedra, outras de água transparente.A vida inteira e não sei ainda o caminho.
Poderei acaso consentir que as coisas ou o desejo que tenha delas me afastem de mim
Próprio do amante é destruir quem ama, beber as águas novas que do corpo amado se levantam e deixar se inundar por elas.Um concílio de duas destruições.
Ambição suprema: aprender a aprender.
Suportem se então os prazeres do amor e da amizade.O principal deles é o de se ter alguém à mão para exercitar a nossa vocação sadomasoquista.
O homem é uma espécie fantástica.Apesar de ter enlouquecido consegue administrar o hospício onde mora, este palco flutuante que é, ao mesmo tempo, casa de armas e selva paradisíaca.
O Homem.Um louco desfeito pelo brinquedo que ele inventou: a História.
Apenas a consciência da mortalidade pode conduzir à convivência da imortalidade, à aceitação desprendida do trânsito da matéria.
Onde não posso deixar de ser metódico é na dúvida.
Um homem cai, desfigura se, perde o peso e a glória.Mas levanta se depois de cada queda e talvez já nem seja um homem, talvez seja essa a sua verdadeira ascese.
Ainda a humildade.Não se mostra nem se afirma nem se profere.Aproxima se do silêncio.
Acaba a humildade mal se pronuncia o seu nome.
