Pensei em desistir, cheguei em casa, depois de caminhar com minhas mãos congeladas (droga, esqueci as luvas, você tinha me dito aquele dia para não esquecer as luvas e o gorro; tinha dito que a noite naquela cidade congelava até pensamentos), liguei o aquecedor, me enfiei embaixo das cobertas, decretei o fim.
Decretei que não te procuraria mais, que minha alucinação teria uma morte naquele momento.
Ilusão, nos meus primeiros momentos de sono, você apareceu, envolto de um poncho quentinho, me abraçou e me fez lembrar porque passei o dia em sua busca.
Mas você nunca saiu dali, dos devaneios da minha mente, repleta de sonhos, repleta de desejos do amor, você esteve ali o tempo todo, mas você nunca passou de um simples sonho, de um sonho lindo, que ao acordar sumia como fumaça ao vento, e me deixava ali, sempre na busca do que você nunca foi, do que você nunca será, porque você apenas nunca existiu.