Eu quis alguém me olhando enquanto ainda durmo, daquela maneira que quando a gente espreguiça as pálpebras e percebe, não sente enjoo, só segurança.
Eu quis alguém que escrevesse uma música pra mim, dizendo que sou eu e ponto, sem desfocar o amor por causa de outras possibilidades.
Eu quis alguém pra tocar a campainha depois de uma briga e tudo se acalmar só da maçaneta girar.
Alguém pra pegar estrada em uma sexta feira depois de uma semaninha chata e ir parar em qualquer lugar – juro, qualquer lugar com colo.
Alguém pra ficar em silêncio, porque às vezes a gente não tem nada pra dizer mesmo e a intimidade de ficar calado, sem a sensação de peso, já conforta.
Eu quis aquela cerveja, porque é a minha preferida – mas não quis pedir por ela, eu quis que você se lembrasse e quisesse me fazer feliz quando eu abrisse a geladeira.
Quis trançar mãos em um passeio noturno e me sentir flutuando.