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Kevin Martins

Esse texto está sendo redigido, às 3:00 da manhã do dia 16.
Talvez foi a mesma hora da nossa primeira troca de palavras, no dia 15 de junho.
Confesso que antes da festa, imaginei como ir falar contigo.
Como me expressar.
Lembrei de você em outros momentos.
Não sei ver alguém que gosto, sem planejar todo o futuro, somente olhando uma vez.
Vejo namoro, casamento, filhos, momentos.
Sim, parece ridículo, mas sou um tanto quanto ridículo, brega, como queira.
Talvez por isso, depois do beijo, eu já havia bebido, falei em casamento.
Ri muito disso.
Se eu fizer qualquer declaração em um texto, fazendo um dia que te conheci, acharás de extremo exagero.
Não, não sou exagerado, apenas trago em mim, todas as verdades do mundo, ao invés de sonhos, como já disse Fernando Pessoa, em Tabacaria.
Eu dancei, mas fiquei tonto, não queria dançar, você também disse que ficava tonta.
Tontos.
Foi a maneira que vi, para me aproximar, me aproximar de alguém que senti admiração ao ver, mas depois das palavras, confirmei a admiração.
Meus olhos, mesmo embriagados, denunciaram me, como sempre, não sei disfarçar um olhar.
Teus olhos, dificilmente olhavam nos meus, medo que eu roubasse um beijo.
Mas depois de tanta inconveniência, aceitou meu beijo.
Sim, revi os planos, os mesmos de quando te enxerguei.
Depois disso, perguntei o que faria, você falou e eu não estava incluído no plano.
Me retirei.
Chega de inconveniência, eu também não teria me levado à sério.
Como eu disse, na festa, nunca acham que você está falando a verdade, quando não acham que está bêbado.
E com toda a certeza, achaste isso, com razão.
Com isso, não tive medo de pensar em ti novamente.
Nem tenho, pois penso.
Pensei em não me entregar sem recíproca, mas o que é o pensamento, diante do sentimento.
Pois por aquela boca, pode se jurar sem esperança, por aqueles olhos pode se prometer estrelas, pois aquele sorriso, pode fazer a alma sorrir.
Eu digo que não procuro quem namorar, que faço o que a vida planeja e deixo a porta aberta.
Mas quando gosto de uma pessoa, que tem valores, planos, metas, simplicidade e doçura, não tenho como não pensar em tudo novamente.

Mais um dia amanhecendo.
A insônia apareceu aqui.
As ideias e a vontade de viver tudo de uma só vez, também.
Ao mesmo tempo de tudo, não sei se quero os amores.
Não sei qual querer e o que decidir.
As consequências de um desabafo, não me incomodam em nada.
Exatamente nada.
Repassei minha história de vida, na conversa com um amigo.
Percebi que era tão simples quando amar era somente sorrisos.
Verdadeiros sorrisos.
Hoje, amar, é discussões, sofrimento, algema, cadeia E que é difícil se manter sóbrio perante a vida.
Perante ao amor.
Sempre nos falaram que amar é o único sentido da vida.
Ou que tudo vale a pena Ou que temos uns aos outros Não temos nem a nós mesmos, amigo.
Essas briguinhas, das paixões, desgastam toda a corda que poderia sustentar o amor, que vem pesado e cheio de malas.
Um inútil, me sinto assim.
Sem capital.
Esquecendo, muitas vezes, de comer.
Rodeado pelo álcool e pelos cigarros esses que são meus companheiros, já me olham com cara de pena.
Realmente, digno de pena.
Uma mente cheia de papeis amassados.
As lixeiras daqui, já transbordaram.
Ninguém passa para recolher o lixo.
A rua é deserta, e os vizinhos (que não sei se existem) nunca atenderam aos meus pedidos de socorro.
Um homem sem esperanças, não é digno de seu título.
Desculpa, pai e mãe, mas a dor é grande demais aqui.
A angústia de pensar, machuca o peito.
Nos olhos, as lágrimas que nunca caem me dificultam ver a vida.
Me pego num momento em que não sei o que sinto pela vida.
Mas sim o que sinto pela morte.