Sou ato apaixonado
Se você fosse um
ato administrativo,
eu queria ser
sua competência,
sua finalidade,
sua forma,
seu motivo
e seu objeto.
Eu seria todo seus
requisitos de validade
pra te manter presente
na minha realidade.
E também
seria sua
presunção de legitimidade,
seria sua
imperatividade,
seria sua
autoexecutoriedade,
seria sua
tipicidade.
Eu seria seus atributos,
suas lindas qualidades
para não me tornar nulo
em nenhuma das nulidades.
Você administra eu,
eu requisito/atributo você.
Se o seu ato se perdeu,
meu ato vai te reconhecer.
Fica assim combinado:
você não me cassa,
não me revoga,
não me anula
que eu faço de graça
a minha outorga
ser só sua.
Ser pra sempre seu
eu te darei este fato.
Você pegou o que era meu,
Eu te peguei no ato.
Por isso,
quero você para ser
o meu ato administrativo,
ato que pode ser conceituado
como a declaração do Estado
do estado
em que eu me encontro:
sou ato apaixonado.