Eloquente!
É o que se pode dizer da vida.
Mesmo sem querer, ela te obriga a caminhar.
Caminhos nem sempre floridos, e, as vezes, até espinhosos.
Mas ela te impõe um ritmo que você, por vezes, não deseja.
Quando vem a adversidade, você tomba.
Mas ela te diz, levanta e segue, não posso esperar.
E você à vê citando: o mundo não vai esperar você recolher seus pedaços.
Implacável ela determina, é preciso seguir.
O sofrimento te domina e ela ignora seu sentimento.
Calada, ela segue inexorável.
Ou você vai, ou você vai.
Porque não existe uma escolha.
Entretanto, ela te ensina que tudo vai ficando pelo caminho.
Tudo de ruim.
Tudo de bom.
Nada, nada permanece em você ou em lugar algum.
A não ser as marcas que já não causam espécie.
Tudo, ou quase tudo.
As dores, as mágoas, a saudade, os amores, as tristezas, os gostos e desgostos.
Quando você percebe, sofreu atoa.
E ela recomeça indelével embora fugaz.
E percebe se também que, na verdade, a vida não nos impõe nada.
Ela é apenas um ciclo, um trajeto que precisamos, ou escolhemos.
E, tão somente, o nome dado a esse caminhar.
Lúcia Araújo – 18/09/2017 – De minhas memórias