A juventude quer divertir se, a velhice, trabalhar.
Ninguém se casa só para ter filhos, mas, uma vez que os tem, eles o modificam e, no fim, ele percebe que tudo, com efeito, acontecera somente em função deles.
Isso prende se ao fato de que a juventude, sem dúvida, gosta de falar da morte, mas nunca pensa nela.
Com os velhos, dá se o contrário.
Os jovens julgam que vão viver eternamente; daí, poderem reportar a si mesmos todos os seus desejos e pensamentos.
Ao contrário, os velhos já perceberam que, num ponto qualquer, existe um fim e que tudo o que alguém tem ou faz só para si mesmo, acaba por cair no vazio e por ter acontecido em vão.
Assim, necessitam de outra eternidade, bem como da crença de que não estão trabalhando unicamente para os vermes.
Para isso existem mulher e filhos, atividades e cargos e pátria: para saber se por quem é, afinal de contas, que suportamos a lida e o desgaste e as aflições cotidianas.