A nossa crença na realidade da vida e na realidade do mundo não são, com efeito, a mesma coisa.
A segunda provém basicamente da permanência e da durabilidade do mundo, bem superiores às da vida mortal.
Se o homem soubesse que o mundo acabaria quando ele morresse, ou logo depois, esse mundo perderia toda a sua realidade, como a perdeu para os antigos cristãos, na medida em que estes estavam convencidos de que as suas expectativas escatológicas seriam imediatamente realizadas.
A confiança na realidade da vida, pelo contrário, depende quase exclusivamente da intensidade com que a vida é experimentada, do impacto com que ela se faz sentir.