Ciclos
Uma vida que sempre segue mesmos eventos é uma vida presa por um ciclo.
A Minha vida é um ciclo.
Digamos que você tente mudar a sua rotina.
Há inúmeras maneiras de fazer isso: começar na academia, praticar um passatempo, ler um livro diferente do que o habitual ou até tirar um tempo para reflexão.
Isso até quebraria a rotina, porém, o ciclo não é a mesma coisa que a rotina.
Ciclo de vida, por exemplo, é Nascer, Crescer, Viver, Envelhecer e Morrer.
Você conseguiria mudar esse ciclo A ciência até tenta, mas dessa maneira específica, é impossível, por ora, mudar.
Uma vida que é prisioneira de um ciclo é mais ou menos assim.
Você se esforça pra mudar certos ciclos que há, mas falha porque, até em você tentar quebrar esse ciclo, já começou a fazer parte do ciclo.
Desesperador e um tanto quanto engraçado, não
Vamos simplificar e exemplificar:
Você faz parte de uma família que é a favor de um partido A.
Você não acredita que o político desse partido seja sincero, mas prefere e confia no Partido C, pois parece que este sim fará uma mudança.
– Até então você pode achar: “ótimo, sem problemas.
Ele só quer votar no partido C, então vote”.
Porém, como citei, sua família é do partido A, rivais de qualquer outro partido, o que irão tentar impedir de que seu filho, por exemplo, vote no C.
Então o rapaz tenta dizer que não consegue confiar no candidato A porque lhe parece um tanto quanto enganador, mas se eles quisessem, ele não os impediria de votar nele.
Agora talvez pense: “Isso aí, cada um respeitando a opinião do outro.” Só que não.
Eles vão contra você, e óbvio, você vai perder.
Um rapaz contra um exército inteiro é nítido a derrota.
Os amigos do rapaz, ainda por cima, o incentiva a votar o partido B, porque eles irão votar todos nos mesmos.
E agora Se fosse você Como sairia dessa
Você realmente acredita no C, mas se votar em tal, você vai contra o A, que é da sua família, e contra o B, que é dos teus amigos Como se livraria disso Apesar das eleições serem com votos secretos e ser passageira; vamos supor de que não seja tão simples assim.
E por fim, você vota A, e se resolve com seus amigos explicando sua situação familiar; deixando sua opinião de lado.
Tranquilo, beleza, tudo se estabilizou Até a próxima eleição, que tudo retorna ao seu estado inicial.
Você não é rebelde, mas confia muito e tem motivos pra confiar no partido C, e sua família parece até cegos pelo A, e seus amigos só dizem B pela zueira.
E você expressa suas opiniões, respeita a deles, e luta contra eles, e mostra que fugirá de casa, e eles não quer nem deixam E você se rende novamente e as eleições passam Até o quarto ano seguinte.
Isso é uma vida ser um ciclo.
Você tentar ir contra algo bem presente na sua vida, e fracassar ao tentar mudar.
E na próxima luta desencadear tudo novamente.
Acreditem, já passei por isso e, sim, é exaustivo.
Principalmente quando você percebe que estava errado, assim como o outro lado.
Ou seja, uma luta em que ambos estavam errados.
Eu abordei dois assuntos em um só: a de a vida ser um ciclo, óbvio, e de respeitar a opinião do outro, em relação à política; algo essencial.
Não devemos obrigar outros a seguir ou acreditar aquilo que nós decidimos acreditar ou seguir.
A realidade é relativa; não existe uma realidade “real” que se tenha a resposta e a visão certa de tudo, somente o universo, que jamais conseguiremos entender ou chegar a este ponto.
Eu tento muito me libertar de qualquer rótulo ou “prisões” que a nossa sociedade atual foi criando ao longo dos anos.
Libertei me de religião, política e de padrões de belezas.
Também de limitar meus sentimentos pra que não me influenciem tanto na hora de tomar uma decisão sobre algo.
Deixar meu preconceito impedir uma nova amizade; Deixar minha raiva descontar se em alguém que não tem culpa; ou, até mesmo, deixar minha tristeza afetar outros a volta.
E sim, há preços que tive que pagar, e que jamais recuperarei.
Mas sinto me aliviado toda vez que faço uma pessoa gargalhar, pois é isso que me prova que valeu a pena os sacrifícios.