O espelho reflete a vaidade, enquanto me procuro dentro dos meus próprios olhos escuros.
Um mundo que não me completa, onde as pessoas morrem e nem se dão conta.
Amores que exigem de mim mais do que eu mesmo exijo de mim.
Uma cumplicidade forjada nas beiradas frias de uma carência passageira.
Minto o que sinto por prática, assim camuflo o que me incomoda, sem nenhuma dádiva, talvez esse seja meu único dom.
O que sou Sou apenas cada pedaço que sobrou de mim.
A morte e desespero pras mentes bagunçadas, o alivio dos iludidos que esperam o final de um livro sem fim.
Recuso a minha tristeza, porque os motivos sempre são menores do que a minha dor.
Não falo tudo, falo a metade, mas ninguém percebe, nem ao certo desconfiam.
Não entendo quando me dizem que se sentem vazios e continuam seguindo por qualquer caminho, o que está vazio não pesa, mas um corpo vazio é quase impossível de carregar.