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Textos sobre Animais

AS IDADES DO HOMEM SUBTRAÍDAS DOS ANIMAIS
(Fábula popular antiga)
Deus criou o burro e disse lhe: “Obedecerás ao homem, carregarás fardos nas costas e viverás 30 anos.
Serás burro”.
O Burro respondeu ao Criador: “Senhor! Ser burro, obedecer ao homem, carregar fardos nas costas e viver 30 anos ! É muito! Bastam me apenas 10.
Deus criou o cachorro e disse lhe: “Comerás o osso que te jogarem no chão, tomarás conta da casa do homem e viverás 20 anos.
Serás cachorro”.
Respondeu o cachorro ao Criador: “Senhor! Tomar conta da casa do homem, comer o que me jogarem no chão e viver 20 anos! É muito Bastam me 10.
Deus criou o macaco e disse lhe: “Pularás de galho em galho, farás macaquices e viverás 20 anos.
Serás macaco”.
O macaco virou se para Deus e disse: “Senhor! Pular de galho em galho, fazer macaquices e viver 20 anos ! É muito.
Bastam me 10 anos.
E Deus fez o homem e disse lhe: “Serás o rei dos animais, dominarás o mundo, serás inteligente e viverás 30 anos”.
O homem respondeu ao Criador dizendo: “Senhor! Ser rei dos animais, dominar o mundo, ser inteligente e viver apenas 30 anos ! É muito pouco! Os 20 anos que o burro não quis, os 10 anos que o cachorro recusou e os 10 que o macaco não está querendo, dai os a mim para que viva pelo menos 70 anos”.
E Deus atendeu ao homem, sob condições que o homem sem pensar aceitou.
Dessa forma, até os 30 anos, o homem vive a vida que Deus lhe deu originalmente.
É homem.
Dos 30 aos 50 anos, casa se e carrega os fardos nas costas para sustentar a família.
É sua fase de burro.
Dos 50 aos 60 anos, já cansado, passa o tempo a tomar conta da casa.
É a fase de cachorro.
Dos 60 aos 70, mais cansado ainda, ele passa a vida aqui e ali, na casa de um filho ou de outro e faz gracinhas para as crianças rirem.
É a fase de macaco

Barco na Beira do rio.
Éramos animais, como qualquer outro animal vivo na natureza.
Buscando apenas a existência através da sobrevivência, tudo meio com base nos instintos, desde da alimentação, ao repouso até o sexo e a reprodução.
Então de alguma maneira ( existem teorias diversas), mas vou chamar de “alguma maneira” começamos a evoluir no processo de pensar, a coisa tomou tanta proporção que percebemos que conseguíamos modificar a nossa natureza.
Passamos a usar nossa consciência crítica, analítica como um motor para sermos qualquer coisa que nossa imaginação fosse capaz de visualizar.
Cada serhumaninho durante a sua existência produziu o que chamo de barco na beira do rio.
É bem simples o conceito, você nasce, cresce, e percebe o mundo a sua volta, diante disso você avança o máximo que pode, seja com um feito prático ou teórico, quando você morre seu conhecimento se transforma em um barco na beira do rio, quem vem depois aproveita isso para avançar mais um bocado e o ciclo continua.
Acontece que milhares de anos depois, não sabemos mais o que de fato é real.
É como se nada de fato fosse real, partindo do princípio de que tudo foi criado por alguém em algum momento da história ( certas criações foram incríveis e nos mantém vivos até hoje, outras depois de alguns séculos nem tão incríveis assim).
Tudo bem que existem os instintos humanos, a biologia e o próprio inconsciente indecifrável, mas ainda assim toda realidade é uma fantasia que escolhemos tornar realidade para que a existência do homem tenha algum sentido mais lógico.
Exemplo : você come carne de cachorro Pode ser que sim, pode ser que não.
Depende de onde você viveu e o que aprendeu.
Outro exemplo: você concorda com aquilo que aconteceu no 11 de Setembro Provavelmente não, mas para quem realizou “ na cabeça” era algo normal.
Eis uma pequena reflexão: Quanto de você é seu e o quanto de você é uma repetição
O quanto somos realmente livres para pensar no mundo, na existência e na nossa vida.
Sei que não é lá uma tarefa simples, é bem mais fácil se abraçar com o barquinho que alguém já construiu e abandonou na beira do rio.
Afinal, já está pronto.
A questão final é o começo de tudo.
O barquinho que eu escolhi pegar na beira do rio me faz pensar que temos duas opções.
A primeira seria escolher símbolos/ arquétipos de pensamentos e comportamentos que nos identificamos de alguma maneira e fazer desses o nosso caminho de vida.
A segunda opção é olhar com olhar de quem não está disposto a aceitar tudo mastigado e deseja questionar.
Não pense que esse segundo caminho é tão interessante, quase sempre você estará numa jornada solitária quando se tratar de pensar por lados distorcidos dos padrões gerais, mas na primeira escolha é um grande saco ser escravo sem saber que é escravizado.
Moral da história: O olhar para a civilização como um grande avanço evolucionista e entender que não é possível fazer com que 200 milhões ou 7 bilhões entrem em uma forma de pensamento coletivo ou analítico, é o que é, as coisas são como são, parece redundante mas cada um enxerga o que consegue vê.
Tiago Szymel