"Você se sente perplexa como uma mosca que levou um tiro de canhão e sobreviveu, todas as manhãs depois de se ter perdido um filho numa morte trágica.
Daí você levanta não por estar viva e porque a vida continua, continua Você levanta e se veste de raiva.
A raiva é a mola impulsionadora da coragem.
Da coragem necessária para não esperar a dor passar esperando.
Você levanta, se veste de raiva e é com raiva que coloca um sorriso na cara e segue, mas não porque a vida continua, não mesmo, mas para debochar dessa anedota sem sentido que é a existência e não entregar os pontos à ela.
Vou cultivar essa raiva, esse riso, essa rebeldia, essa resiliência inconteste até o último 'bufar' de minhas narinas.
Pois eu sou uma flecha no calcanhar da vida que não cede à inflamação.
Resistindo vulnerabilidades do corpo como se um dia não tivesse que curvar se diante da morte.
Esta, quando chegar, há de encontrar me sóbria porque eu me fiz forte, mas foi por preguiça de ser fraca.
É preciso muita coragem para ser covarde.
E lidar com a tristeza é árduo demais.
É preciso ser covarde para jamais ser covarde.
Acovardo me, pois".
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