[A religião é] um sistema de doutrinas e promessas que, por um lado, lhe explicam os enigmas deste mundo com perfeição invejável e que, por outro lado, lhe garantem que uma Providência cuidadosa velará por sua vida e o compensará, numa existência futura, de quaisquer frustrações que tenha experimentado aqui.
O homem comum só pode imaginar essa Providência sob a figura de um pai ilimitadamente engrandecido.
Apenas um ser desse tipo pode compreender as necessidades dos filhos dos homens, enternecer se com suas preces e aplacar se com os sinais de seu remorso.
Tudo é tão patentemente infantil, tão estranho à realidade, que, para qualquer pessoa que manifeste uma atitude amistosa em relação à humanidade, é penoso pensar que a grande maioria dos mortais nunca será capaz de superar essa visão da vida.
Mais humilhante ainda é descobrir como é vasto o número de pessoas de hoje que não podem deixar de perceber que essa religião é insustentável e, não obstante isso, tentam defendê la, item por item, numa série de lamentáveis atos retrógrados.