Quando o coração se parte, a gente acha, muito sinceramente, que o ditado vai virar realidade acha que os cacos, mesmo colados com maestria, nunca mais serão a mesma coisa.
Discordo.
Por mais que você o tenha partido, não depende mais da sua função curar aquilo que machuca.
Porque é isso.
Tem hora que a gente para.
E, vou dizer, isso não é ruim de forma alguma.
É uma valorização pessoal, um tempo para pensar, reorganizar as ações e recolocar todos os pontos.
Viver também pode ser um desafio incrível e maravilhoso.
É preciso ir sempre além.
A compreensão só vem quando a gente deixa o nosso próprio mundo girar.
Quando não para e segue em frente, quando a vida se encarrega de deixar fazer o bem acontecer aqui, internamente.
De qualquer forma, é preciso permitir que as fases aconteçam.
Que, no momento em que tiver que doer, a gente deixe que caiba em nós de modo que saibamos fazer valer a pena.
Porque até a dor precisa do seu espaço próprio, precisa ser sentida e valorizada.
Que a gente vá onde ainda não conhece, não chegou, não passou do limite.
E, nesse caso, que a gente enxergue a barreira como um ponto a ser quebrado.
Que a gente precise se desafiar para, finalmente, entender.
A gente aprende com o momento doloroso.
Aprende a não repetir e a suportar bastante, mais do que acreditamos que podemos.
Se dói é porque a gente consegue realizar, empreender, considerar, reaver.
Conseguimos nos ter para nós mesmos de novo.