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Poesia de Lua

Tenho uma particularidade estranha para quem vive rodeada de pessoas, amo elas, não sei viver sem, mas preciso de solidão.
Preciso para rir de mim mesma, chorar por qualquer coisa idiota, para pensar e repensar naquilo que já pensei, para entender meus defeitos, descobrir os motivos, desvendar os fatos, brigar com minha emoção, esvaziar o coração.
Amo tanto as pessoas, mas ficar perto de mim me faz ser quem sou, se é que sei ao certo quem sou.
Sinto um vazio, vazio de algo que não escrevi, que não li, não assisti, não fiz, não senti, sinto que falta tanto a descobrir, a explodir, aqui, tudo dentro de mim.
Penso tanto, não faço quase nada.
Se alguém pudesse olhar por dentro de mim e me dizer o que eu preciso dizer e não consigo, tudo fica tão perdido.
Meus olhos vão além do horizonte, e os motivos que me levam a pensar tanto são banais, qualquer coisa me faz pensar, rir, chorar, amar, indignar, tudo que sinto é de forma tão intensa que mal cabe em mim.
Então eu preciso de solidão, pra tentar descobrir que buraco é esse Que sensibilidade é essa
Quero escrever, e não consigo.
Quero pensar, não consigo.
Quero sair, mas quero ficar aqui, deitada.
Quero companhia, mas quero solidão.
Quero alguém, mas quero me primeiro.
Eu me doou para o amor, e preciso me recarregar, como tudo que gasta energia, enquanto chega nessa hora, é que sinto falta do meu carregador.
Preciso de coisas que me movam, que me recomponham, que sejam combustíveis para minha alma, inspiração.
Algo além da lua, do sol, das estrelas, da natureza, dos sorrisos, algo que venha de mim, que saia de mim, que eu faça, que eu saiba, que eu seja.

Penso que talvez eu tenha perdido de te dizer o quanto gostava quando você me olhava com ternura, eu via minha imagem refletida em seus olhos e sentia como se fosse parte de você, como é que eu poderia estar ali dentro Dentro do teu olhar Eu mal cabia em mim, e queria estar em ti.
Que você sempre teve algo verdadeiro que não me deixava ir, ainda que eu quisesse sair, eu queria estar ali, e me pegar te vigiando mais uma vez com meus olhos além das aparências, aquele que caçava o melhor que havia em ti, que alguém não tinha visto, nem mesmo você.
Talvez eu tivesse tanto medo, e você tivesse sendo tão incrível que eu não acreditei que fosse verdade, parecia que a qualquer momento ia desmoronar.
Talvez eu esqueci de te lembrar antes de dormir que eu gostava do som da sua voz, eu poderia ter te feito um carinho no cabelo que mostrasse que eu queria estar perto, eu me preocupei em estar certa, e não me deparei que amar não é certo, amar é lançar fora todo o medo e ir.
Eu me segurei, e te deixei partir, sem ao menos ter dito que no teu abraçado eu encontrei a cura de muito mal, e que enquanto você conversava e me beijava eu via o mundo girando tão devagar.
Eu quis ficar muito atenta, pois era eu me distrair um pouco que tudo ficava em evidência, e eu me pergunto agora, porque não me expus Porque não aceitei que você chegou, balançou, alucinou e descompassou o meu coração Porque eu não dormi nos teus braços e deixei todo o vento lá fora
Estou aqui agora, mas cade você Não sei, queria muito saber, mas já não me é direito, já que por entre meus próprios dedos eu o deixei escorregar.