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Poesia de Lua

o amor é canção de ninar
é raio solar que aquece e da vida
é pés que se procuram a noite para entrelaçar
é inquietação enquanto não vê chegar
o amor é olhares sintonizados
é lábios molhados, cheirinhos no corpo
é se espremer até os dois caberem no chuveiro
tomar aquele bainho ligeiro
para ir despido até o ninho
ele com sorriso grato e olhar brilhante:
minha preta sem pijama, seria um convite ao céu
entre sensações diversas, ele a pega no colo e ao sentir seu cheiro de flor, suspira e diz: minha pequena preciosidade, me de suas mãos, vou te cultivar, vê la desabrochar
ela sorriso bobo de corpo bobo se entrega:
quando me encaixo no seu peito, sinto segurança pode cair o mundo lá fora, estou protegida, meu abrigo, não vejo minha alma em outro lugar
há tanto espaço no mundo, mas é aqui, no seus braços que quero habitar, meu lar.
o amor é cochilar sossegado
nos corpos que viram colchão
é simplicidade de domingo à tarde
o amor é o que fica
mesmo quando se vão as estações
é viver para compartilhar
é ser livre, mas querer estar
é sair sozinho e continuar junto
o amor é motivo para acordar
trabalhar, algumas contas pra pagar
angústias para dividir,
choros para derramar
mãos para dar ao caminhar
é palavra de esperança
que faz continuar
o amor é todo o sentir
a se vivenciar a dois
é o que dá a vida um sentido
o amor é o que interessa
é carinho sem pressa
o amor é cumplicidade
empatia e humildade
juntos superando as dificuldades
quebrando barreiras e construindo a única ponte indestrutível,
o amor é,
o que transborda quando Giovanna é Junior estão juntos.

Os Benefícios da Lua
A lua, que é a própria imagem do capricho, olhou pela janela enquanto dormias em teu berço, e disse consigo, mesma: "Esta criança me agrada."
E desceu maciamente a sua escada de nuvens, e deslizou sem ruído através das vidraças.
E pousou sobre ti com um suave carinho de mãe, e depôs as suas cores em tuas faces.
Então, tuas pupilas se tornaram verdes, e tuas faces extraordinariamente pálidas.
Foi contemplando essa visitante que os teus olhos se dilataram de modo tão estranho; e ela com tão viva ternura te apertou a garganta que ficaste, para sempre, com o desejo de chorar.
Entretanto, na expansão da sua alegria, a lua invadia todo o quarto, como uma atmosfera fosfórica, como um peixe luminoso; e toda esta luz viva pensava e dizia:
Tu sofrerás eternamente a influência do meu beijo.
Serás bela à minha maneira.
Amarás o que eu amo e o que me ama: a água, as nuvens, o silêncio e a noite; o mar imenso e verde; a água informe e multiforme; o lugar onde não estiveres; o amante que não conheceres; as flores monstruosas; os perfumes que fazem delirar; os gatos que desmaiam sobre os pianos e gemem que nem as mulheres, com uma doce voz enrouquecida!
E tu serás amada pelos meus amantes, cortejada pelos meus cortejadores.
Serás a rainha dos homens de olhos verdes a quem também estreitei a garganta em minhas carícias noturnas; daqueles que amam o mar, o mar imenso, tumultuoso e verde, a água informe e multiforme, o lugar onde não estão, a mulher que não conhecem, as flores sinistras que sugerem incensórios de alguma religião ignota, os perfumes que turbam a vontade, e os animais selvagens e voluptuosos que são os emblemas da sua loucura.
E é por isso, maldita e querida criança mimada, que estou agora prosternado a teus pés, buscando em toda a tua pessoa o reflexo da terrível Divindade, da fatídica madrinha, da ama de leite envenenadora de todos os lunáticos.