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Poemas Politicos para Serem Recitados

O sistema/1
Os funcionários não funcionam.
Os políticos falam mas não dizem.
Os votantes votam mas não escolhem.
Os meios de informação desinformam.
Os centros de ensino ensinam a ignorar.
Os juízes condenam as vítimas.
Os militares estão em guerra contra seus compatriotas.
Os policiais não combatem os crimes, porque estão ocupados cometendo os.
As bancarrotas são socializadas, os lucros são privatizados.
O dinheiro é mais livre que as pessoas.
As pessoas estão a serviço das coisas.
p.
129
Os índios são bobos, vagabundos, bêbados.
Mas o sistema que os despreza, despreza o que ignora, porque ignora o que teme.
Por trás da máscara do desprezo, aparece o pânico: estas vozes antigas, teimosamente vivas, o que dizem O que dizem quando falam O que dizem quando calam (Os índios/2, p.
132)
A televisão/2
A televisão mostra o que acontece
Em nossos países, a televisão mostra o que ela quer que aconteça; e nada acontece se a televisão não mostrar.
A televisão, essa última luz que te salva da solidão e da noite, é a realidade.
Porque a vida é um espetáculo: para os que se comportam bem, o sistema promete uma boa poltrona.
p.
149
Nós comemos emoções importadas como se fossem salsichas em lata, enquanto os jovens filhos da telev.isão, treinados para contemplar a vida em vez de fazê la, sacodem os ombros.
Os livros não precisam ser proibidos pela polícia: os preços já os proíbem.
(A televisão/3, p.
152)
Pela tela desfilam os eleitos e seus símbolos de poder.
O sistema, que edifica a pirâmide social escolhendo pelo avesso, recompensa pouca gente.
Eis aqui os premiados: são os usurários de boas unhas e os mercadores de dentes bons, os políticos de nariz crescente e os doutores de costas de borracha.
(A televisão/5, p.
155)

Políticos ou Hienas
É difícil acreditar
Que existe honestidade
Quando os abutres
Fazem sua digestão
Mordidas mordem
Os próprios dentes
Uma ganancia estridente
Bocas vomitando
O que plantou na eleição
Mentiras indigestas
Promessas azedas e pútridas
Lábios formigados
Pelo veneno destilado
Lançado pelo próprio coração
As hienas espreitam
Atacam suas presas
Sorridentes dilaceram
Sorridente vão embora
Como se fizesse sua obrigação
Assim como os políticos
Num largo sorriso ao povo
Pregam a enganação
Dilacerando teus direitos
Sem se importar com a ética
E não fazendo nada
Ainda assim se acham
No direito de uma nova reeleição
Como que o nada que fizeste fosse uma glória
Tratando o povo com espora
Lhes roubando o dinheiro do pão
Numa cidade que não tem nada
Veem vestígio de progresso
Na verdade o mais merecido
Pra eles seria um processo
Por tantas inaugurações forjadas
Numa inocente civilização
Autoridade vira ladrão
Quando si é honesto
Vira alvo da população
O povo vira mercê de si mesmo
Novos e velhos corruptos
Na cadeira da câmara
Todos na mesma intenção
Optar pelo voto secreto
Para perpetuar a corrupção
Nas eleições são cordeirinhos
Após a posse são hienas
Com sorriso nos dentes e pedras na mão
Gargalhadas de um povo carente
Que os confiaram na eleição
Viram nesses políticos a salvação
O pior é que politico larápio
Nasce e se reproduz rápido
Quando morre um ladrão
Toma posse logo um outro irmão
Só peço que Deus nos defenda
Seja desses políticos ou das Hienas.