Há uma inocência na admiração: é a daquele a quem ainda não passou pela cabeça que também ele poderia um dia ser admirado.
A inocência, surpreendida em aparências criminosas, condena se quase sempre por uma espécie de mudez idiota, semelhante à do crime sem defesa.
A inocência ignorante da unidade aparentemente natural entre conhecimento empírico e juízo de valor é uma falha de tomada de consciência, falha, por assim dizer, auto infligida: podemos dela nos desvencilhar.
Nosso corpo esquece tanto quanto nossa alma.
É talvez essa capacidade de esquecer que em muitos de nós, explica a renovação da inocência.
Se não nascermos de novo, se não tornaremos a olhar a vida com inocência e o entusiasmo da infância, então viver não terá mais sentido.