Cada idade tem as suas inclinações, mas o homem é sempre o mesmo.
Aos 10, é levado por doces, aos 20 por uma amante, aos 30 pelo prazer, aos 40 pela ambição, aos 50 pela avareza.
A avareza e a ambição mostram se mais descontentes do que não têm, do que satisfeitas com o que possuem.
A avareza produz muitas vezes efeitos contrários: há um número infinito de pessoas que sacrificam todo o seu bem estar a esperanças duvidosas e remotas, outras que desprezam grandes benefícios futuros a pequenos interesses presentes.
A avareza é um tirano bem cruel; manda ajuntar e proíbe o uso daquilo que se junta; visita o desejo e interdiz o gozo.
A extrema avareza engana se quase sempre: não há paixão que se afaste mais frequentemente do seu objectivo, nem sobre o qual o presente tenha tanto poder em detrimento do futuro.