Poderiam ordenar me: "Mata te na guerra".
Teu nome será o último coágulo de sangue em meus lábios rasgados pelas balas.
Que os meus ideais sejam tanto mais fortes quanto maiores forem os desafios, mesmo que precise transpor obstáculos aparentemente intransponíveis.
Porque metade de mim é feita de sonhos e a outra metade é de lutas.
Doravante, eu o sei e qualquer um o sabe.
O coração tem domicílio no peito.
Comigo a anatomia enlouqueceu.
Sou todo coração.
Em todas as partes pulsa.
Ó! delicados!
Vós que pousai o amor sobre ternos violinos ou,
grosseiros que o pousais sobre os metais!
Vós outros não podeis fazer como eu,
virar vos pelo avesso
e ser todo lábios!
Escutai, pois! Se as estrelas se acendem é porque alguém precisa delas.
É porque, em verdade, é indispensável que sobre todos os tetos, cada noite, uma única estrela, pelo menos, se alumie.
Eu não forneço nenhuma regra para que uma pessoa se torne poeta e escreva versos.
E, em geral, tais regras não existem.
Chama se poeta justamente o homem que cria estas regras poéticas
Basta de verdades baratas.
Arrancai o ranço do coração!
As ruas são nossos pincéis
e paletas as nossas praças.
No livro do tempo
ainda não foram cantadas
as mil páginas da revolução.
Para a rua, futuristas,
tambores e poetas!