Em Busca do Próprio Eu

Ninguém é a mesma pessoa o tempo todo.
E os que batem no peito dizendo que são irredutíveis em suas convicções, ou são tolos ou mentem para si mesmo.
A vida não vai nos trazer para sempre as mesmas questões, os mesmos conflitos, nem as mesmas alegrias.
Aprendemos algo a cada dia, e a grande riqueza de um ser é ter a capacidade de adaptar se, de usar o que aprendeu para se tornar alguém melhor.
Todo mundo muda e só tem a ganhar com isso.
Há sempre outros “eus” que acabamos conhecendo em nós mesmos.

Nossa vivência neste mundo tem muito mais a ver com o que se passa dentro de nós.
Cada um experimenta a vida da maneira que é.
Por isso, não se pode cobrar de ninguém que seja exatamente como você é, que tenha as mesmas convicções e chegue as mesmas conclusões.
Cada pessoa é seu próprio Universo.
Olhe para dentro, busque compreender o que te faz ser essa pessoa única.
Apenas você é capaz de desvendar seu próprio Universo.

A maturidade de uma pessoa não vem num passe de mágica: ela termina a faculdade, paga a primeira conta do apartamento e plim! Agora é um adulto sério e responsável.
Não, mesmo quem já tem independência e uma carreira encaminhada, ainda tem muito a aprender.
Amadurecimento é aquela coisa que nos vem a cada dia, a cada vez que a vida nos apresenta um novo desafio e nós aprendemos a resolvê lo.
Maduro também é aquele que sabe que, não importa quão velho você seja, nunca é velho demais para perder aquele seu lado criança.

Quem tenta conhecer a si mesmo, julga menos aos outros, porque sabe que todos somos imperfeitos.
Essas também são as pessoas mais felizes e iluminadas, que vivem em paz com o mundo e consigo mesmas.
Por vezes, gastamos tanto tempo desvendando o mundo externo e esquecemos de olhar para dentro, tentar entender quem somos.
Esse também é um passo importante para a sabedoria.
É se conhecendo que você se relaciona com o mundo da melhor maneira possível.

Olhar para o que desgostamos nos outros é um caminho para nos conhecermos melhor.
Quem embarca na jornada do autoconhecimento, mais vezes do que imagina, aprenderá sobre si ao observar os outros.
Ou melhor, a forma como se relaciona com os outros.
Não vivemos numa bolha onde só o nosso ser importa: tudo o que somos é também um reflexo do que vivenciamos.

Não há mentira mais danosa do que aquela que contamos a nós mesmos.
Da mesma forma, quando tentamos negar quem somos de verdade, acabamos nos prejudicando de diversas maneiras.
Isso causa estresse, conflitos emocionais, culpa e vergonha desnecessária.
Se pressões externas te levaram a esconder seu verdadeiro eu, lembre se de que ninguém tem que dizer nada da sua personalidade, além de você.
Amar se é o passo mais importante que pode dar para ser feliz.

O estresse, às vezes, nasce de nossa necessidade de sempre ter o controle.
Nós não temos.
Mais vezes do que o contrário, inúmeros fatores para que algo dê certo estão completamente fora de nosso controle.
Nessas horas, o pior que você pode fazer é se culpar.
É preciso reconhecer sempre nossas capacidades e limitações.
Não se critique por algo que você não pode evitar.
Ao contrário, foque se no recomeço e dê mais uma chance de dar certo dessa vez.

O melhor da vida é que a gente sempre pode se reinventar.
Se você não gosta mais do que um dia foi, deixe esse passado para trás! O que veio antes não precisa ser bagagem se não for bom, basta ser um lembrete do que não queremos mais ser.
O aprendizado faz de nós pessoas melhores a cada dia, por isso a vida é feita de constantes mudanças.

Desde crianças, impomos a nós mesmos barreiras, que acabam por esconder nosso verdadeiro ser.
Atrás destas muralhas de convicções e certezas, a felicidade é bem mais difícil de se encontrar.
A verdade é que não há mal algum em ser feito de dúvidas.
Elas nos levam a buscar respostas, a tentar conhecer melhor a nós e aos outros.
Já as certezas nos engessam, fecham nossa visão a tudo que ainda podemos descobrir sobre nós e sobre a maneira com que vemos o mundo.

Dentro de mim existe o caos, existe a ordem.
Existe a luz e todas as sombras que surgem dali.
Existe um infinito de paz, mas também a raiva que vem sacudi la.
Dentro de mim há mais ideias do que eu poderia contar, mais histórias do que eu poderia viver.
Mas não há conflito entre estas contradições.
Aprendi a respeitá las, a conviver com elas.
Sei que cada uma tem seu momento e seu valor.
Sei que todas elas fazem parte de mim e sem elas, eu não seria capaz de ser quem eu sou.

Antes de tudo, é necessário compaixão, gentileza, com os outros e também com nós mesmos.
É preciso que julguemos menos, que tenhamos mais capacidade de compreensão.
Apesar de nossa resistência, somos seres sensíveis, todos nós.
Você não deve maltratar seu coração, pois não é a sua dureza que lhe dá força, mas a sua bondade.
Nós devemos espalhar mais amor pelo mundo.
E o amor que se dá, é o amor que nasce dentro de nós mesmos.

Num mundo tão conturbado, por vezes, é difícil lembrar que nosso espírito também precisa de cuidados.
A violência, a insegurança, o medo, isso nos faz entrar em conflitos com nossos irmãos e, às vezes, até com nós mesmos.
É necessário, em meio a todo o barulho que há lá fora, silenciar para ouvir a voz de dentro.
A voz que nos diz que é preciso paz para haver felicidade, que devemos nos aceitar e respeitar uns aos outros, com nossos defeitos e diferenças.
A voz que quer guiar cada um de nós a um caminho de luz.
Ouça a sua voz interior hoje.

É preciso reconhecer que não existimos nessa vida como seres à parte do universo.
Estamos tão conectados ao todo quanto as gotas da chuva estão à nuvem de onde vieram e ao rio para onde correrão.
Mas a mentalidade humana criou essa ideia de que somos diferentes: nós e a natureza, os animais e os humanos.
Nós somos a natureza, somos animais.
Tão dependentes do todo quanto qualquer outra criatura.
Quando aprendemos isso, aprendemos a dividir essa vida como irmãos.
Esse é o primeiro passo para a paz interior.
O primeiro passo para a felicidade.

Se hoje vivo em paz comigo, é porque dei vazão a todas as tempestades que já se formaram dentro de mim.
Aprendi a deixar meu rosto ser janela da minha alma, pois percebi que guardar a minha verdade só faz o meu espírito definhar.
Talvez assim eu não agrade a todos, mas pelo menos sei que quem está ao meu lado gosta de quem eu realmente sou.

Pouca coisa nessa vida é tão permanente quanto imaginamos.
Nós mesmos somos efêmeros.
Um bater de asas de borboleta frente a ancestralidade de nosso planeta, que por sua vez, é tão breve quanto nós, quando comparado a todas as eras do Universo.
Imagine então nossos medos.
Tudo é tão passageiro quanto o vento que sopra.
Conhecer isso não deve nos assustar e sim, nos dar forças.
Forças para fazermos o que quisermos de nossas vidas.
Força para nos desapegarmos de tudo que faz mal.
Tudo passa, inclusive o sofrimento.
E nestes breves momentos sobre a Terra, são às coisas belas e felizes que devemos nos dedicar.