Dá vontade de amar.
De amar de um jeito "certo", que a gente não tem a menor ideia de qual poderia ser, se é que existe um.
Passamos a vida inteira no labirinto, perdidos, pensando em como um dia conseguiremos escapar e em quanto será legal.
Imaginar esse futuro é o que nos impulsiona para a frente, mas nunca fazemos nada.
Simplesmente usamos o futuro para escapar do presente.
Daí, penso também outra coisa de gente grande: não adianta muito você se enfeitar todo pra uma pessoa gostar mais de você.
Porque, se ela gostar, vai gostar de qualquer jeito, do jeito que você é mesmo, sem brilhos falsos.
Aquilo a que certa literatura preguiçosa chamou durante muito tempo silêncio eloquente não existe, os silêncios eloquentes são apenas palavras que ficaram atravessadas na garganta, palavras engasgadas que não puderam escapar ao aperto da glote.
Amar é ir além das palavras, além das expectativas, além do que se espera.
É quebrar regras, contrariar destinos, fazer acontecer e ao mesmo fazer valer a pena.