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Desamor

tudo parece desamor
na solidão tenta se matar
estou sozinho tanto tempo,
já vi seu coração!
é vitima da desolação do amor,
senti cada momento que esteve aqui
enquanto sentia que ia morrer,
tentei não olhar para trás
quando nos encontramos num mundo vazio
muros parecem muralhas
e os sentimentos se perde,
ninguém compreende
o medo tal receio
cortes e comprimidos
mais gole de veneno
te fazem sair desse mundo,
se em paz consigo,
como anjo por amor deseja voltar
nada diga se suficiente para que fique
para ter o amor e ainda se tudo
no imenso vazio o amor paira
na desvestidão do teus medos..
o mundo perde sentido
aparecer num síntese perdição
envolve o ressentimentos
num espaço que deixou sua vida se perder
os instantes mais importantes
repete num caos sem fim
tudo parece um crime sem perdão
numa silhueta que derrete num mergulho na escuridão,
cruel o seja sentimentos
num mundo de dor e solidão
sonhos num mundo em que nada tem importância,
seus lábios frios fazem transcender cada instante da sua existência.
e tempo tinha se acaba num momento que te amo
posso ser um pingo na imensidão
mesmo assim vou sentir o seu amor.
e sendo noite que atravessa seu peito na pior da dor
verá que tempo uma extensão de nossa existência..
dentro de um pouco de ressentimento e angustia,
somos apreciados por uma beleza fria sem vida.
esparecendo num mar de relento
o diga sem querer que amor o seja.
então brilhe num mar de rejeitos
tudo que exista seja a vida que passou.
assim esteja numa resenha de ador e amor,
sem privilegiativos apenas o copo cheio de veneno que acalma.
pois tudo tem está naquele gole fatal.
e de repente se vê refletida num algoz,
as sombras mais profundas desabam formas
na conclusão a musica ao fundo,
parece ser final de uma existência que se revolta no abandono da vida
palavras desconcertadas
mesmo o sentido mais profundo aparece uma nota no jornal,
resplandecendo sua morte com requinte
muitos a chorar numa despedida sem fim
apenas familiares, o que sou apesar do sou, apenas existo por existir,
para olho frio do coração apenas sinto o vazio,
tento compreender e humaniza um ato impensado ou pensando medido até ultimo detalhe
lhe parece bom e triste é a verdade se esconde atrás de belas palavras que se nota
o breve esquecimento e brilho no olhar mais frio será assim para sempre.

[Des]amor moderno
Vejo que as pessoas já estão percebendo que o velho amor está com a data de validade quase vencida.
Os casais cada vez mais pensam no “eu” e se esquecem do “nós”.
Cobram por amor “full time”, mas não estão dispostos a doar se inteiramente por esse mesmo amor que esperam.
Querem o “feedback” da atenção que não dão.
Companheirismo, paciência e tolerância com os defeitos do parceiro não têm mais espaço.
Cederam seus lugares ao desejo de um “amor mercadológico” e instantâneo: tenho tudo o que quero, experimento, uso, jogo fora ou troco por um modelo melhor na hora que eu quiser.
“Delivery” de amor, 24 horas.
Os relacionamentos seguem o rumo do “fast food”.
Traduzo ao pé da letra: comida rápida.
Muitas vezes cobram a lealdade do parceiro, mas não querem prender se a uma única pessoa, já que há tanta oferta barata por aí.
E tão barata e fácil, que aquele belo “amor à primeira vista” já deu lugar ao “amor à prazo”.
Sim, e o prazo é curtíssimo: é quase um amor descartável, encontrado aos montes por “research” nas redes sociais.
Ganha quem conseguir o maior “time per person”, não necessariamente nessa ordem.
Por fim, a maioria quer tornar se um “freelancer” no quesito amor.
A casa vira uma empresa, o casamento um “bem de consumo”.
E dependendo da sua sorte você fica com os bens.
Vocês já devem saber: até uma lei que facilita o divórcio foi criada há pouco tempo.
Eles também devem estar prevendo que amor se tornará uma “instituição falida”, então preferem facilitar.
Alias, alguém falou de amor Até quando essa palavra fará sentido Em breve, uma nova reforma ortográfica vai eliminar de vez esse vocábulo de livros e dicionários.
E as declarações de amor Se já não foram extintas, serão tão raras e rápidas que vão ser dignas de “retweet”.
E é bem provável que, se algum dia, você recebeu alguns buquês de flores ou presentes, quem entregou peça um “recall”, mas sem devolução.
O único problema seria se resolvessem pedir um recall dos bombons também
A “deadline” do amor parece mesmo estar próxima.
Sei lá, quando tudo era mais simples o amor parecia mais perene.
A modernidade tem aberto um notável espaço para o desamor.
Na verdade não é culpa dela.
Acho que antes os recursos, ou melhor, as pessoas, sim, eram mais “humanas”.
Quanto a mim Sei lá, talvez meu amor até exista, não desacredito nessa hipótese.
Mas por enquanto, permaneço em modo “standy by”.