você se olha e me pergunta
do que eu tenho tanto medo.
meu bem, eu cresci acostumada a ver
as mulheres da minha vida sofrendo
em relacionamentos fracassados.
eu apenas tenho medo de ser a próxima.
eu sempre fui a mão que te mantinha seguro
enquanto você flertava com a beira do abismo.
hoje sou a mão que me mantém de pé para chegar ao topo.
já não sei mais se você decidiu pular ou não.
foi amor todas as vezes em que você beijou as minhas cicatrizes
e disse que o sol ainda iria brilhar outra vez
e continuou sendo amor mesmo quando você foi embora e o sol sumiu por uns tempos.
mas um dia ele voltará a brilhar.
ele sempre volta.
eu tenho medo dos inícios
porque sei que um dia eles virarão fins
e me dói pensar em te deixar entrar agora
apenas para te ver indo embora depois
e ter que lidar com a bagunça que fica
depois que tudo vira pó.