Não existe desespero tão absoluto quanto aquele que surge nos primeiros momentos de nosso primeiro grande sofrimento, quando não conhecemos ainda o que é ter sofrido e ser curado, ter se desesperado e recuperado a esperança.
O nosso eu é edificado pela superposição de estados sucessivos.
Mas essa superposição não é imutável, como a estratificação de uma montanha.
Levantamentos contínuos fazem aflorar à superfície camadas antigas.
Os nossos inimigos contribuem mais do que se pensa para o nosso aperfeiçoamento moral.
Eles são os historiadores dos nossos erros, vícios e imperfeições.
É melhor empregarmos o nosso espírito em suportar os infortúnios que nos acontecem do que em prever os que nos podem acontecer.