Amizades
O verbo amar conjuga a vida
e dos amores que a vida traz,
a cumplicidade de um amigo
nenhum amor se iguala,
nenhum amante segreda.
Amizades que crescem na simpatia espontânea
no primeiro dia de aula, da primeira infância.
E envelhecem juntas até a hora derradeira.
Um amigo querido que a inevitabilidade da morte
acolhe em seu manto de mistério,
sem ao menos nos permitir um último adeus
Um amor dolorido por sentimentos
engasgados na garganta.
Tamanha a dor.
Amizades seladas por laços sanguíneos.
Um irmão que se faz grande amigo.
Um amigo que antecede o irmão.
Um amigo, uma amiga que chegam ao acaso
e em pouco ocupam as mais deliciosas lembranças.
Amigos de conversas noite adentro,
de madrugadas até a aurora.
Amigos para se permitir adentrar a casa
sem bater à porta,
abrir a geladeira sem permissão e acordar assustadoramente às onze da manhã.
Amizades que escondem uma paixão, um beijo desejado.
Um beijo bem dado, talvez por que não !
Amores que em amizade se fundem, confundem se.
O amigo que o tempo e o distanciamento enuviaram,
e um dia, quem sabe, tropeçaremos, um e outro,
em uma rua qualquer, em qualquer lugar do globo.
O amigo que parece esquecer se de mim,
quando na verdade, aguarda me ansioso para o abraço.
Amizades que me ensinam, me apaixonam pela vida.
Amizades que me salvam não uma única vez,
mas quase todos os dias.
Amizades que guardam consigo metades de mim.