Meu tipo de gente
Eu costumava aplaudir gente famosa.
Ia a teatros para ver palhaços, via entrevistas para dar risadas, contava piadas para ser notado.
Mas, de repente, eu mudei o meu tipo de gente.
Não vejo mais graça em palhaços do twitter, reviro os olhos pras piadas levianas e prefiro as conversas sérias, aprofundadas, principalmente sobre assuntos que eu não domino.
Meu tipo de gente é quem me ensina.
Quem faz com calma.
Quem estende as mãos, sem pudor, e sorri se não há nada a dizer.
Meu tipo de gente não tem motivos para palhaçadas.
Pois já são trapezistas, mágicos e bailarinas, no dia a dia do espetáculo da vida.
E eles não têm medo dizer o que pensam.
Mas respeitam que existem os que sabem mais, e que ninguém no mundo pensa igual.
Gosto de gente bem resolvida.
Que escolhe por si e não depende de conselhos.
Gente que repensa a própria vida, os próprios erros, acertos, vitórias e derrotas.
Meu tipo de gente conhece mais a si que aos outros.
Por isso impõe limite entre a privacidade e a rodinha de bar.
Compartilha, se quiser.
Apenas se o assunto somar.
Meu tipo de gente é de verdade.
Sente, chora, dança, cai, se levanta e sonha.
Tudo numa mesma medida.
Pode até chorar de menos, sentir de mais, mas não se deixa carregar pela incerteza de um sonho.
Mantém um pé na realidade e trabalha para conquistar o que deseja.
Quando não dá certo, a minha gente sorri, pois já sabe que o mundo não está aí para embalar ninguém.
Minha gente escuta boas histórias, assiste bons programas, lê o que lhes convém.
São Marinas, Vivianes, Beatrizes e Isabellas, que, no fundo, nada tem a ver comigo.
São só elas.
Mas quem é muito diferente e me respeita como eu sou, essa é a minha gente.
Aplausos.
Vocês merecem.