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Conselhos para Viver Bem

Para viver, é suficiente não morrer
Mas, para viver bem, é preciso saber faze lo
Não é fácil, nem difícil
Vamos ver
Ósculos e amplexos,
Marcial
A CAPACIDADE DE SABER VIVER BEM
Marcial Salaverry
Parece ser a coisa mais fácil do mundo, o fato de saber viver.
Para tanto, é suficiente ficar respirando,
mas isso pode ser feito por quem apenas está passando pela vida, sem contudo a estar vivendo em sua plenitude.
É preciso entender que saber viver, é saber buscar o que a vida tem de bom e de belo para nos oferecer.
Alguém me enviou uma linda mensagem de autoria de Rubem Alves.
É uma mensagem que encerra uma das maiores verdades que conheço.
Vejam só:
"Sim, eu quero viver muitos anos mais.
Mas não quero a qualquer preço.
Quero viver enquanto estiver acesa em mim a capacidade de me comover diante da beleza."
Bem minhas crianças, concordo inteiramente com nosso amigo.
Viver por viver, não vale a pena.
Viver apenas em função de um cargo, do montante da conta bancária, do status social, do quanto eu tenho, não é viver realmente.
Escravizados pela ambição do dinheiro, ou pior ainda, pela ambição do poder, muitas pessoas sequer tem tempo para apreciar as belezas da natureza, e em suas viagens de negócios, de negociatas ou negociações políticas, passam por muitos lugares, mas nunca se detém para apreciar o que existe de belo lá existe.
Visitam, mas não conhecem.
Muito viajam, mas nada vêem.
Outros, simplesmente esquecem o convívio familiar, e se dedicam full time ao trabalho, numa ambição insana de sempre querer mais, e deixam de desfrutar as belezas da vida familiar, não acompanham o crescimento dos filhos (nunca tem tempo para essas coisinhas ).
Sua secretária o conhece mais que sua esposa.
Mais tarde, lamentará não ter aproveitado melhor seu tempo.
O trabalho é necessário.
É a lei da sobrevivência.
Mas a família, o lazer, também o são.
Há que saber dividir o tempo, que é inclemente e rapidamente passa.
Depois, quando se tenta recuperá lo, não adianta mais, pois já foi.
As belezas a que nosso querido Rubem Alves se refere, estão nas pequenas coisas da vida, às quais nem sempre prestamos atenção, e que sempre poderemos e deveremos tratar de observar.
Serve inclusive, como preventivo contra o stress, eis que tais coisas estão na Natureza e tudo que ela nos oferece, desde o nascer e o por do sol, ao canto dos pássaros, à beleza do mar, das montanhas, ao luar, às estrelas.
Enfim a tudo que podemos ver e admirar quando quisermos e a custo zero.
Basta parar um pouco com a atividade incessante e apreciar, curtir, viver, enfim
Apreciar as belezas da vida familiar, e assim, podendo acompanhar o crescimento dos filhos, conversar com a esposa, saber dos problemas domésticos do dia a dia.
Brincar com as crianças, rolar na grama ou na areia da praia.
Esquecer por um momento a cotação da Bolsa, o jornal na TV, e escutar o que seu filho está tentando lhe falar.
Essa conversa poderá evitar que ele faça alguma besteira.
Ajudar a esposa nos pequenos afazeres domésticos, e conversar com ela.
Participar de seus sonhos, saber o que ela gostaria de fazer no fim de semana.
Fazer uma pequena viagem, apenas para curtir a família, esquecendo se de tudo que refira às obrigações.
Certamente isso poderá diminuir um pouco sua conta bancária, mas vai render muito na conta familiar, em seu futuro.
Não se esqueça de que quando os anos chegarem, quem poderá estar ao seu lado, será sua família, isso quando se sabe investir nela.
Enfim, não basta apenas viver É preciso saber viver, e saber apreciar tudo o que de belo a vida nos oferece, o que podemos fazer, sabendo desfrutar de UM LINDO DIA, que é o que de coração, lhe desejo

SOBRE O ADEUS A MEU PAI ZITO
" Se queres viver bem, pensa na morte" Monges medievais
Meu pai foi embora Mas ainda estou a ouvir a voz do meu bom e velho amigo.
Agora não mais da janela do seu quartinho, onde sempre ele esperava a próxima brisa benfazeja.
O cenário é outro, mas ainda sua sabedoria paira no ar.
Quando a sua voz calou com a morte, seu coração seguiu falando.
Ouçam:
“ A vida é uma tentativa, às vezes bem sucedida, de se driblar a morte.
Tentei de todas as maneiras me manter em pé.
Tal como o anjo torto do Garrincha, meu jogador predileto, driblei a várias vezes Eu gostava até de dizer, num jeito de brindar a vida : quebro mas não vergo.
Vejo, do alto de uma outra dimensão, um de meus filhos me saudando emocionado, com citações inspiradas pelo Brecht : 'Há homens que lutam a vida inteira, estes são os imprescindíveis.' Agradeço lhe pois de fato não perdi a garra de viver jamais.
Mas agora, deitado e inerte, sou rodeado de pessoas queridas que choram minha partida.
Chegou o momento em que as carrancas da morte se defrontaram cara a cara comigo.
Jamais as temi.
Pelo contrário, por saber que a morte é uma irmã gêmea da vida, tive para com ela, sempre uma relação de boa vizinhança.
Dela escapei várias vezes, dela ri para valer, com ela aprendi sempre.
Agora é a vez dela
Já havia pedido para meus queridos que no meu túmulo fosse colocado este epitáfio: ' Aqui jaz um homem, muito a contragosto'.
As pessoas que levam a vida muito a sério jamais compreenderão.
Irão dizer: ' está aí um homem blasfemo! Imagine um homem querendo contrariar os desígnios divinos! '.
Não é nada disso! O que eu quero é simplesmente dizer que a vida é boa e enquanto não chega sua irmã temos que inventar esperanças para fazer valer nossa passagem por aqui.
Vejam estas pessoas a me rodear.
Choram profundamente a saudade.
Não a saudade de quem se sabe, que um dia voltará.
A saudade que choram é aquela da canção do Chico que diz: ' ó metade amputada de mim ' É a saudade de se arrumar um quarto para o qual a pessoa amada jamais voltará.
É a saudade registrada na moda de viola que eu cantava com meus netos : ' a tua saudade corta como um aço de navaia'.
Chorem queridos! Mas não o choro do desespero! Chorem a saudade de quem sempre soube que há tempo de chegar e tempo de partir, tempo de cantar e tempo de prantear, tempo de nascer e tempo de morrer.
Recebo a amiga morte como presente.
Embora tivesse ensaiado em me assustar, ela me veio de forma branda, o que me deu até oportunidade de lembrar um verso de Tagore, que deixo para vocês:
' No dia em que a morte bater à tua porta que lhe oferecerás Porei diante de minha hóspede
o vaso cheio de minha vida.
Não a deixarei ir de mãos vazias '”
(Para minha irmã Luciana, fiel escudeira de meu pai até o último momento)
Postado por Revº Carlos Alberto Rodrigues Alves