SOBRE A DIDÁTICA COMO ARTE
“A vida é um constante ato de aprendizagem” Piaget
A DIDÁTICA tem perdido cada vez mais seu caráter instrucional baseada em aulas e provas repetitivas para assumir, com vigor, o “status” de arte.
Esta arte jamais descarta as informações científicas, pois sem elas não se pode conhecer e manipular o mundo.
Mas por outro lado, é importante saber que essas informações só serão relevantes se forem impregnadas de estética e beleza.
Afinal, conhecimentos científicos são indispensáveis, mas sozinhos, são impotentes para transformar massas disformes em pessoas cidadãs.
Pensando assim, a DIDÁTICA contempla alguns princípios significativos que precisam estar na pele e nos poros do educador contemporâneo.
Primeiro princípio didático: Mais do que dar respostas a perguntas que não foram feitas, o professor deve ter capacidade de propiciar ao aluno capacidade de pensar critica e criativamente a realidade.
Aprendendo a arte de pensar o aluno cria a possibilidade de descobrir novos saberes.
Não fica apenas na memória acumulada.
Produz novos conhecimentos.
O educador que compreende esse princípio pode dizer como Edgar Morin : “Uma cabeça bem feita vale mais que uma cabeça cheia”.
Segundo princípio didático : O Educador que sabe este princípio sabe que seu dever é trabalhar para que o aluno tenha o prazer da autonomia.
Este processo tem duas dimensões: a dimensão do prazer e a dimensão da dor.
Aprendemos o saber quando ele tem sabor.
Mas também há aprendizagens profundas que nos dilaceram as entranhas.
Lembro me também de um adágio popular: “Ostra feliz não produz pérola”.
Terceiro princípio didático: O educador tem que querer a emancipação completa do aluno: seu conhecimento racional e também o poder de sua auto estima.
Isto exige do educador uma didática que esteja voltada para uma visão holística, para as múltiplas inteligências, para a integração de conhecimentos e para a transdisciplinaridade.
O educador que entende esse princípio sabe que bom professor não é o que produz alunos, mas o que produz mestres.
Pensar a DIDÁTICA como arte é pensar que em cada aluno existe uma beleza adormecida.
Concordo com rubem Alves quando diz: “As inteligências dormem.
Inúteis são todas as tentativas de acordá las por meio da força e das ameaças.
As inteligências só entendem os argumentos do desejo: elas são ferramentas e brinquedos do desejo”.