A menininha mimada nunca foi fresquinha,
Atravessa qualquer parada, aprendeu a se virar sozinha.
Sozinha, assim, nem tanto.
Ela não vive sem amor, paixão, encanto
Tem dessas que viram patricinhas, outras guerreiras de primeira linha.
A bonequinha de porcelana revestiu se de aço,
Aprendeu a andar a ponta dos pés para depois andar nas pedras sem sapatos.
Mãos de princesa e alma de Joana Darc
Dedilhar piano nunca foi seu forte,
Diga isso aos seus pais, eles tiveram sorte!
Cansou de ser Rapunzel na torre coberta de flores,
Cansou de esperar pelo príncipe encantado,
Deixou de acreditar em amores
Bobos da côrte enfeitiçados.
Mas chorou por um monte desses, que depois se mostram sapos.
Príncipe mesmo só um Não exatamente príncipe.
Homem pra ela tem que ser plebeu, guerreiro, constante.
Daqueles que não saem fora por nenhum instante, seja qual for!
Chorou e ainda chora
Porque espera que mude o mundo
Liberdade é a palavra certa
Igualdade é o que espera.
Livre das barreiras que o preconceito revela,
Não gosta de muros, nunca gostou.
Não precisa de armas para tentar revolucionar.
Não gosta de flores, senão em seus botões, vivos e suntuosos.
Ramalhetes são desperdícios
Homens infiéis que os mandam para encobrir defeitos, mais ainda!
Deixou de ver a vida como um filme, cansou de esperar do nada!
A luta é a melhor maneira de se sentir amada, armada!
Mas ainda ama o som do mar,
Música alta, baladas constantes
Para quê drogas, se a vida é tão mais inebriante
A menininha dos laçinhos cor de rosa
Vestidinhos rendados
Sapatinhos de cristal
Mulher pra ser exato
Laços rosas nas caixas de presente,
Vestidos, ainda sim, mas em croquis e moldes,
Pq desenhar ainda é seu ponto forte!
Sapatinhos de cristal
O que eu falei sobre andar nas pedras
Sua nobreza não vem de impérios
Corre em suas minhas veias!!!
Faz parte da alma