Lembranças de Alegrete (À minha terra natal)
Minh'alma a trotezito
Percorre tuas campinas,
Nas asas do pensamento
Olhos fixos no infinito
Posso ver tuas colinas,
Verdes paisagens ao vento.
Coração bate apressado!
Sente ânsia de chegar
Galopando nas coxilhas
Num pulsar apaixonado,
Busca o aconchego do lar
na Capital Farroupilha.
Alegrete, meu jardim,
Onde roseirais plantei
Torrão que me viu nascer!
Saudades nasceram em mim
Nas plagas por onde andei,
Num eterno florescer.
Ibirapuitã brejeiro
Fonte de águas correntes,
Vai regando nossa lendas
A cantar nos pessegueiros
Cigarras com vestes de prenda,
Inebriam índios valentes.
A reviver nossas glórias,
Em cada Vinte de Setembro
Meu povo desfila animado.
Num tilintar de esporas,
Com muito orgulho relembra
Feitos heroicos passados.
Não conheci outra escola
Mais sapiente que a tua
Minuano cortando os ares
São João, fogueira na rua,
Passarada nos pomares.
Geada encobrindo os campo
Envolta em meu cachecol,
brincava descalça na chuva
Terra de mil encantos!
Caindo chuvisco com sol
É casamento de viúva.
Tropeiro vencendo quebradas
Cumprindo assim sua sina,
Ao sabor do chimarrão
Nas ruas,juntas de gado
Nos meus temos de menina
Braseiro ou fogo de chão.
Emmeio à fronteira oeste
Do Rio Grande do Sul
Está minha querência amada.
Com sua beleza agreste,
Debaixo de um céu azul,
O meu rumo é a tua estrada