Há um sentimento exacerbado de solidão quando me vejo rodeado por pessoas.
Olho assombrado para cada olhar e percebo que não faço parte deste mundo.
Estou longe num mundo particular de sonhos e devaneios que me impedem de chegar onde estão.
Logo, são inocentes vítimas do meu sarcástico medo de interagir.
Não, não sou bonzinho, legal e gentil, sou antes um vampiro que suga as suas forças para saciar minha sede de afeto.
Então se afaste de mim, não olhe nos meus olhos, não queira me entender, pois existe dentro de mim um demônio que não me deixa ver a quem ataco.
Enxugo mais um lágrima que parte de meu coração em direção aos meus olhos.
Amarga, dolorida e manchada da com as cores da decepção de ter um dia confiado em alguém.
Palavras são armas, enganam o coração, dilaceram a alma e te jogam no mais profundo abismo.
Negra, a noite vem despejar sobre meus ombros o peso de mais uma vez ter acreditado que haveria sinceridade nas palavras ternas e afetuosas de uma pessoa.
Maldita solidão que me faz mendigar atenção, e acreditar que sou importante na vida de alguém.
Sina amldiçoada lançada sobre a inocêcia de uma criança.
E então sigo o meu caminho pela noite, sugando cada gota de afeto, magoando cada ser que ousa cruzar o meu caminho e deixando cada vez mais de acreditar nas palavras de alguém que um dia eu nem sei se eu magoei.