Ligo a tevê, mas não fixo o canal: O noticiário é puro desânimo! Corro para a banca ansiando algo bom.
Volto para casa sem nada sob o braço.
A vida seria menos desencantadora se os jornais pertencessem aos poetas.
Tanta informação faz minha cabeça dar um nó.
Eu não consigo te olhar e imaginar o que aconteceria se tudo desse certo e, também, se tudo desse errado.
Por isso opto pelo certo.
Mas quase sempre dá errado.
Às vezes a pessoa vai embora porque há uma bifurcação na estrada com duas placas: “o que quer fazer” e “o que precisa fazer”.
E (inevitavelmente) ela toma o rumo diferente ao seu Mas quem garante que o desejo de quem foi não era pegar pelo nosso braço e sair levando
Eu queria ser palhaço, mas na terça feira desisti.
Fui, alegre, ver um no circo da cidade, e após o espetáculo fui até o seu camarim.
Estava ele lá sentado, triste, cabisbaixo, nem parecia ser o mesmo palhaço que me matou de rir.
Eu quero uma distância apenas de um braço.
Cabendo a minha bagagem, eu nem exijo lugar específico: só queria estar em um canto que no outro tenha você.
Se alguém se desligar da gente, e continuar funcionando, de duas, uma: ou tem bateria, ou está ligado em outra tomada.