Querem expressar um ódio inexistente
Uma raiva que se força
Olhares misturados com inventados risos
Que só me parecem piada
De humoristas decadentes
Retrógrados
Dependentes das revistinhas de banca de jornal
Eu esperava que as desconstruções sobre sua falta de moral te ajudasse a regenerar, mas você continua de pijama, com os livros ainda jogados pelo quarto, os rascunhos entupindo as gavetas, sentado, na cama, segurando um tijolo e o cigarro na outra mão.
Acho que entrei na categoria
De sofrer da "moral"
Outras
Penso que meu sofrer perdeu a alma
Se procura ética e moral
Saia já pela porta dos fundos
Nunca pela da frente
Ou pulando janelas
Levando como escudo jornais
E caixas de papelão
Ah Deus
Se tudo não passou de uma alucinação de Friedrich
E o senhor de fato exista
Que o céu desabe sobre nós
Se lá for realmente fresquinho
Que ele caia sobre nossas cabeças mesmo!
Como se os olhos fossem páginas escritas em braile de trás para frente, eu insisto no estudo de te ler sem óculos.
Foda se sua censura ou as reclamações de desgosto pelo o que escrevo.
As ambigüidades não deixarão de ser ensaiadas.