Só
Porque quer
Só
Por que não vem
A saudade me mostra de fato como aperta se um coração.
Só
Você está aí
Só
Por que não está aqui
A distância me mostra como é massacrante sentir saudade
Quando sonho sempre me vem um gosto.
Não de amor, menta ou saudade.
Sabor acre, enjôo, dor pungente de estômago vazio, não me alimento das lembranças, não me satisfaço mais de você.
Acho que poucas vezes tive instinto materno
E com certeza não vai ser agora
Que vou dar uma de mãezona
Que vou pegar essas palavras desavença pra criar
Ainda mais dentro do meu coração
Na escola dos babacas
Aprendi a ser confusa
Pior
Desenvolvi o maldito costume de ser idiota
A simplicidade me ensinaram a detestar
Por isso complico
Problematizo
Sem ao menos me atentar
Por que as pessoas acham que a vida pública
Mostra como é a vida particular
Não mostra nada!
Ela esconde tudo
O que é isso garoto!
Reanima!
Ficou louco
Biruta da vida
Ainda existe salvação
Mentalize
Exercite
Há uma saída
Corra
Fuja com sua imaginação
Não sei garoto, não sei de você, dos teus amigos
Dos seus livros de cabeceira fracos
Discos quebrados, arranhados
Alguns escondidos no fundo da gaveta
Só pra ninguém ver o seu passado
Do que já gostou
Estou cansada desse laço
Isso que une a gente
Esse minúsculo espaço
Entre
Que de pequeno não tem nada
Sufoca
Acho melhor mesmo de vez você ir
Pode deixar que eu me viro por aqui
Dou adeus antes que isso se desfaça
Eu finjo também que penso, quando na verdade eu bem mais que desejo, a sustentabilidade das palavras, não me refiro a estruturas espirituais, de ética ou moral.
Preciso que cada palavra que escrevo se transforme em roupa, comida, o recibo do meu pagamento do aluguel de fim de mês.
Eu esperava que você percebesse o erro das ligações que ainda não foram feitas, das garrafas espalhadas no piso do carro, a falta de cinzeiro na sala, dos gostos que pensa serem refinados, mas são uma negação.