Passei a ignorar pessoas desnecessárias.
O desprezo, acredite, é a forma de vingança mais dolorosa que possa existir.
Eu quero me apaixonar por alguém que morda os lábios e estale os dedos de ansiedade enquanto me espera do outro lado da rua.
O calendário marca a data do encontro, mas desconhece propositalmente o momento da despedida.
O problema é esse, meu bem: eu te amei sem pensar nas cicatrizes, nas pausas curtas e na escuridão das partidas.
Quanto a mim, acho que estou feliz como nunca estive antes.
Acordei muito bem hoje.
Disposto, imune, irreconhecível.
Tô muito solto.
Tô muito foda.
Nada mais atrapalha essa minha vontade de viver.
Olha, pelo visto, eu nunca vou sair daqui.
Nem vou tentar mais fazer esforços pra isso, eu sei.
A cada minuto tudo se torna um pouco mais difícil.
Cansei de ficar tentando.
E vou admitir que é quase impossível que isto aqui, algum dia, se torne uma história interessante.
Eu fui ficando cada vez mais triste, melancólico, deprimido.
Já não conseguia nem comer, nem dormir direito.
Já havia passado da fase de causar dó.
E hoje, parando pra pensar, lamento muito por mim.
Por ter perdido tempo, por ter me apaixonado por um idiota como ele.