Um tanto inquieto por causa dessa mania de passar as mãos no cabelo, um pouco revoltado por não dizer tudo o que pensa.
( ) Tua ausência me transborda.
Nos perseguimos na rua, no jazz da esquina, na literatura e entre casais felizes na confeitaria.
Uso a camisa que esqueceu na última visita, experimento as bermudas largas que você deixou misturadas às minhas roupas no armário, mas é segredo ( ).
( ) A saudade mora no beijo de chuva que não aconteceu, no retrato que não tiramos, nos sonhos perdidos no travesseiro ( ).
Ponha na cabeça que você precisa parar de reclamar da ausência de quem não faz a mínima pra ficar com você.
Fica tranquilo.
Não foi nada.
Juro.
Deu saudade, vontade de ter por perto, de abraçar até não aguentar mais, só isso.
Que agora bateu tanta saudade.
Então não me leia.
Só sei escrever sobre melancolia, histórias que não deram certo, saudade e solidão.
Só sei escrever sobre mim.
Sinto muita falta, saudade e um nó estranho no estômago que antes não acontecia.
Mas tem uma vozinha dentro de mim, de intuição, me dizendo que devo seguir em frente, não posso voltar atrás, porque já deu e o meu destino agora é esse.
Não posso e nem devo tentar mudá lo.