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Laisa Bertassoli

Para todos que se separaram
A separação é algo muito triste, quando dizemos que a sua dor se compara ao luto não exageramos.
Ela não separa só o casal, os filhos, a família em si, mas parte o indivíduo em muitos pedaços e passamos a sentir as dores dessa divisão física, psicológica e espiritual.
Separar é desistir de coisas, de planos, de sonhos.
É abrir mão daquilo que lutamos por tantos anos para conseguir, é descobrir que os nossos alicerces estavam fundamentados em algo artificial, quase inexistentes.
Na verdade as coisas não são bem assim, mas o olhar de quem se separa é assim.
O ex nos soa tão estranho, ele já não é mais aquela pessoa que dormia ao nosso lado ou é e só percebemos agora com a distância.
Somos violentados todos os dias pela pessoa que deveria nos amar mais que tudo, nós mesmos.
Nos cobramos todos os momentos coisas absurdas, sorria mais, seja mais cortez, seja gentil e delicada, quando o nosso desejo sincero é matar ou morrer.
Tudo dói, acordar dói, olhar para os filhos dói, pensar no ex dói, os finais de semana dói
Separar é um recomeço e recomeçar dói muito.
É como um salto para o inexistente, o vazio.
Achar o chão da nossa vida individual é complicado e quando o achamos inicia se um novo processo: o de se buscar.
Quem sou eu Antes esposa, mãe, amante, amiga, companheira, doméstica, babá, secretária, protetora E agora Nos sentimos um nada e por incrível que pareça, sentimos muito, e nos perdemos nesse mar de sentimentos confusos.
Aquele diploma na parede de que tanto nos orgulhavamos não tem valor algum, aquele trabalho incrível que passamos anos galgando já não vale nada, aquela viagem para o exterior que passamos noites em claro planejando o roteiro perdeu a graça, aquele sofá caríssimo que ocupa nossa sala de estar é apenas um sofá.
A separação não faz distinção de pessoas, ela dói em todos os corações, desde o barraco até as mansões, ela é fiel e democrática quando o assunto é dividir as dores.
Minha mãe sempre me dizia: Tempo.
E eu enlouquecia pois esse tempo nunca chegava, mas ele chegou.
Eu encontrei o fim dessa queda, sinto que cheguei aqui me arrastando, toda quebrada, mas com um desejo enorme de recomeçar.
Demorei a entender que o fim de um ciclo não é o fim de uma vida, mas precisei desse tempo.
Não adiantavam minhas amigas ficarem me dizendo como eu deveria me portar ou sentir, a dor foi necessária, o sentir foi fundamental para alcançar a linha de chegada ou seria a linha de partida
Realmente, separação é um momento de grande transição.
É onde todos os problemas vem a tona e temos por obrigação olha los de frente e resolve los.
É um momento de refino, onde separamos o pior e o melhor de nós mesmos, é o instante de nos encarar com seriedade e pensar sinceramente se gostamos daquilo que vemos.
Mas já aviso, cuidado!
Depois de tantos atropelos, de tanto choro, de tantas dores, de perguntas sem respostas você não morre, só corre o sério risco de sair dessa situação outra pessoa, mais forte, mais plena, mais corajosa e mais feliz.
Portanto se respeite.
Laisa Bertassoli

Era uma vez uma menina, uma menina comum, com uma vida comum, de hábitos comuns, com uma família comum.
Ela acreditava que sua vida sempre caminharia no mesmo ritmo.
Acho que na verdade, a menina comum tinha medo, medo de ousar.
Sabe quando você tem a opção de viver perigosamente Dar aquela acelerada e sentir o vento no rosto Mas o receio da menina era perder o controle e nunca mais ter sua vida comum de volta.
As vezes nós somos assim também, temos medo de tirar o véu que cobre a nossa visão, medo de nos perder no caminho e isso faz de nós pessoas tão comuns quanto aquela menina.
E ela viveu com receios, sem muita ousadia, literalmente sua vida era um mar sem ondas, um mar sem rosas, ela nem planejava suas coisas, pois os dias eram sempre tão iguais.
Com o mesmo aroma, o mesmo sabor, o mesmo som
Essa menina não vivia, ela apenas sobrevivia à esses dias monotonos.
Mas um dia alguma coisa mudou, algo incomum aconteceu e ela, coitadinha, resolveu pisar fora da linha de sua existência comum.
Pobre garota!
Não sabia o monstro que a espreitava lá fora, só esperando um passo em falso para devora la.
Ela abriu a porta e ousou sair.
E ela se acovardou e tentou voltar para sua existência insignificante, mas era tarde demais.
Uma vez lá fora, era impossível voltar para sua realidade comum sem mudar algo no seu interior.
E aquilo que ela mais temia aconteceu, pela primeira vez ela tocou o céu e gostou do que sentiu.
O céu era bonito, o céu era bom.
Um pedaço do paraíso antes escondido pela sua vida corriqueira, e esse céu lhe foi apresentado por imensos olhos profundos, olhos de menino assustado, tão escuros quando uma noite sem luar.
E ela não teve medo, ao contrário do que diziam, não doeu em nada, ela bebeu coragem e quis ir mais além.
Até hoje alguns se perguntam, como ela mergulhou naquelas águas escuras Ela tinha medo de águas profundas e aqueles olhos era uma perdição para pessoas covardes.
E ela mudou
E garota já não era tão comum assim, seus olhos tinham um brilho diferente e o sorriso se tornou uma visita constante.
Um novo sentimento brotou em seu pequeno peito, tão acostumado a sentimentos comuns.
O mundo presenciou ali o fantástico nascimento do Amor, eles se tornaram irmãos, inseparáveis e ele mostrou a ela uma nova vida, com novas perspectivas, novos rumos e caminhos diferentes a serem percorridos.
E naquele ânsia de andar por todas as veredas a menina se libertou, matou o comum e se redescobriu mais plena, mais capaz, mais feliz.
Modificou completamente a sua vida e abraçou tão forte o dono do seu coração que já não conseguia mais saber quem era ele e quem era ela
Dizem que essa história ainda não acabou, que a cada amanhecer os dois ainda escrevem um trecho de suas vidas à duas mãos, tentando dar um final feliz para esse sonho.
Hoje sua vida já não é mais um rio calmo, um mar sem ondas, porém tem rosas.
Ela segue saindo e entrando em tempestades furiosas, mas se alegra a cada arco íris que encontra no fim de suas tormentas.
Se isso a incomoda Nem um pouco!
Quando cansada é só mergulhar mais uma vez naqueles olhos profundos que a encantou, tocar seu rosto com ternura, dar um sorriso, segurar bem forte a sua mão e ter a certeza de que nunca voltará de onde saiu, nunca será uma menina comum, pois o amor a capacitou a ser alguém especial e essencial para outras vidas.

"E ela andava triste, melancólica, se escondendo pelos cantos da casa, pelas sombras, mas hoje, isso mudou.
Ela estava sorrindo.
Sabe quanto tempo não vejo ela tão feliz
Hoje eu cheguei, cansada e estressada, ela estava na cozinha, de pijama listrado e com os cabelos amarrados de uma forma estranha.
Estranhamente linda, como se os prendesse as pressas, sem muito jeito, mas os prendeu.
Eu dei boa noite por entre os dentes e ela se virou para mim, confesso que foram os cinco segundos mais longos da minha vida.
Aqueles enormes olhos claros me fitaram com tanta ternura e amor, que foi impossível ficar indiferente.
A felicidade reside ali, chegou nela e fez sua morada, lá é a sua casa e desconfio que a felicidade nasceu com ela, quase irmãs siamesas.
Ela não disse nada, mas nem foi preciso.
Seus olhos e sorriso farto me disseram tudo.
Ela é assim, quando triste, não dá para disfarçar, mas quando está feliz é um farol brilhante que guia os barcos cansados para um seguro cais.
Durante o jantar ela falou das risadas altas na lanchonete, de como o tempo passa devagar quando está ao seu lado, quase em câmera lenta.
Ela é boa nisso É como se nos transportasse para aquele cenário, deu até para sentir os aromas que pairavam no ambiente, seu perfume dançava no ar.
Ela contou rindo de como gosta de se ver refletida nos seus olhos profundos.
Disse que isso é puro suicídio, pois não consegue voltar quando mergulha em você.
Ela fica ainda mais menina quando te vê, fica meio dengosa, fala fininho e baixinho.
Confesso que a um tempo atrás sentiria um nojo de ver tal cena, mas agora já estou ficando viciada nisso.
Gosto dos seus trejeitos, dos gestos exagerados, como revira os olhos com impaciência a espera do amor que já é correspondido.
Gosto da forma que ela anda, como se dançasse sem tocar os pés no chão.
Como ela faz suas tarefas sem esforço pois esta feliz.
Ahhh, quem dera eu um dia encontrar um amor assim!
E ela ri.
Ri deliciosamente e eu sorvo cada gota de sua felicidade como se fosse algo tão vital quanto o ar dos meus pulmões.
E a sua alegria é contagiante, pega igual gripe e me enche de uma febre que nunca desejo ser curada.
Eu a quero assim para sempre, vestida de felicidade, com esse sorriso enorme nos lábios, esse brilho resplandecente nos olhos e seu coraçãozinho que ama, ama, ama, afinal, para o grande baile da vida, não há veste que lhe caia tão bem."