Jacques Lacan

O sujeito é aquilo que pode ser representado por um significante para outro significante.

Eu te peço que reuses o que te ofereço, porque não é isso.
Não é isso quer dizer que, no desejo de todo pedido, não há senão a requerência do objeto a, do objeto que viria satisfazer o gozo.

A linguagem é uma elucubração de saber sobre a língua.

A lógica é a ciência do real na medida em que ela determina formalmente o lugar do real imanente à ordem simbólica, e, mais precisamente, do real entendido como o impossível que os paradoxos lógicos manifestam.

O sintoma define o modo como cada um goza do inconsciente, na medida que o inconsciente o determina.

O sintoma, é o significante de um significado recalcado da consciência do sujeito.
[ ] é uma fala em plena atividade, pois inclui o discurso do outro no segredo de seu código.

Por nossa posição de sujeito, sempre somos responsáveis.

Peço te que me recuses o que te ofereço, porque não é isso.

O amor é o signo, apontado como tal, de que se troca de razão.
Mudamos de razão, quer dizer mudamos de discurso.

Lá onde o isso fala, isso goza, e isso [não] sabe nada.

O papel da mãe é o desejo da mãe.
É capital.
O desejo da mãe não é algo que se possa suportar assim, que lhes seja indiferente.
Carreia sempre estragos.
Um grande crocodilo em cuja boca vocês estão a mãe é isso.
Não se sabe o que lhe pode dar na telha, de estalo fechar sua bocarra.
O desejo da mãe é isso.

O desejo é de alguma forma o ponto de compromisso, a escala da dimensão do gozo na medida em que de certo modo este desejo permite levar mais longe o nível da barreira do prazer.
Este é, no entanto, um ponto fantasmático, ou seja, ali intervém o registro da dimensão imaginária que faz com que o desejo seja suspenso a alguma coisa da qual não é de sua natureza verdadeiramente exigir a realização.

Todos sabem que sou alegre, dizem até moleque: eu me divirto.
Sucede me incessantemente, em meus textos, entregar me a brincadeiras que não são do agrado dos universitários.
É verdade.
Não sou triste.
Ou, mais exatamente, só tenho uma tristeza, naquilo que me foi traçado de carreira: é haver cada vez menos pessoas a quem eu possa dizer as razões de minha alegria, quando as tenho.

O moralista tradicional, quem quer que seja ele, recai invencivelmente na rotina de persuadir nos que o prazer é um bem, que a via do bem nos é traçada pelo prazer.