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J.W.Papa

Método de leitura sem procrastinação
Primeiro passo Ler tudo que se tem em mãos
Segundo passo Ler tudo que se pode e que estiver disponível
Depois Criar condições de acesso ao que não está disponível
E dai em diante Ler tudo que for passível de ser lido, até o fim.
Por fim, ler ao infinito.
Sem interdito, medo ou preconceito.
Aviso: Alguns livros causarão indigestão!
Mas, assim como um xarope muito amargo que trás a cura, (os livros),
Talvez, sejam mesmo a sua única opção.
Ler tudo que quiser
Ler tudo que puder
Ler tudo que se deve ler
Ler tudo que não se deve ler
Ler tudo que não se deve em língua estrangeira (traduzida)
Fazer um curso (da) língua estrangeira que lhe trás empecilho
Talvez seja uma boa saída para resolução do problema
Para tentar entender melhor o que (não) está sendo lido
O que (não) está sendo dito Inclusive,
Pode te ajudar a ler nas entrelinhas e quem sabe,
Te ajudar a encontrar outros textos possíveis de serem ‘digelidos’.
Ler tudo que for possível
Ler tudo o que estiver disponível
Criar condições para que tudo que se quer ler esteja disponível
Digerir (livros) dige (li) vros digerir (vos)
Até que cada página se torne o seu refrão preferido
Até que um dia se vicie em abrir (ler) e fechar livros.
Em resumo, seria mais ou menos isso:
Ler como se estivesse com muita fome, sedento e indescritivelmente faminto
E como se carregasse na barriga uma (Tênia) Solitária
Corroendo suas entranhas, escurecendo as tuas vistas, provocando lhe delírios
Encontrasse a cura somente nos xaropes amargos (ou doces) chamados livros.

O passo da conversa
Iniciar uma conversa despretensiosa é quase sempre um prenúncio de tragédia.
Já reparou como o passo da conversa distrai
Mal começa se uma conversa e pronto, distrai se! Perde se o último ônibus, tropeça se, cai no buraco.
O passo da conversa parece ter a função de ninar a nossa atenção.
Você está atento, mas a sua atenção foca no diálogo, esquece do mundo ao redor, transforma o em cenário para que o diálogo se desenrole.
E um bom papo desarma a gente não é mesmo
Nos transforma em poetas, em filósofos, em heróis ou em vilões, em seres mortais ou imortais, transforma nos em expectadores de nossa própria realidade.
Desperta em nós toda humildade ou arrogância contida na mais profunda e insubstancial dimensão de nossa alma, e as fazem aflorar num regozijo de palavras fugitivas,que saltam de nossos lábios, feito prisioneiros escalando em fuga muralhas robustas quase intransponíveis, na busca por uma liberdade falseada e efemeramente transitória.
A verdade é que o passo da conversa deixa a gente mais lento mesmo, parece diminuir a marcha do tempo, conspirando para otimizar o instante que antecede a despedida, que nos torna novamente à realidade, onde distrair se pode ser muito oneroso.
E por fim Cessa se a conversa, os passos aceleram, a distração desaparece, ouve se as buzinas dos carros e sente se o cheiro da fumaça produzida por seus motores embrutecidos, a poluição invisível faz arder os olhos e secar a garganta.
Tudo volta a sua normalidade habitual.
Até logo, até amanhã!

Todas as faces de uma poesia anacrônica
De qual poesia estamos falando
Da sua, da minha ou da de Drummond
A qual classe social pertence os teus versos
Pois se falas de um sobrado com vistas para o mar,
a poesia é uma.
Se falas de um puxadinho a beira córrego,
a poesia é outra.
Se escutas o estampido seco dos disparos ao longe,
mas não vês a cor do sangue que pinta a calçada de vermelho
e o choro triste da mãe que escorre em silêncio de seus olhos avermelhados
e envolve o corpo morto de seu filho, ainda (adolescente), caído na sarjeta
a poesia pode até te dizer algo, talvez, não te diga tudo.
E o mais provável é que não te diga mesmo tudo!
Mas dirá algo com toda certeza.
Mesmo que pense, (in)conscientemente, não ter mais nada a ser visto.
Se não vês o sangue urdir a tua consciência
e tomar te de indignação por completo
de certo, talvez até critiques o que lê.
Pois não sabes de que poesia se está falando.
Não sabes de qual estética poética falo
e eu de certo, na mesma medida que ti,
não faço ideia de que versos você se veste
quando investe sua ira contra mim.
De quem é a poesia
De quem a escreve,
de quem a lê,
de quem
Dizem que a poesia não tem classe social, gênero, cor, raça, etnia, religião
Tudo mentira!
A poesia é pretensiosa, escolhe e se faz escolher, manipula.
A poesia se disfarça e se versa em faces diversas,
só para manter o disfarce, da grande farsa que somos todos iguais.
Inclusive quando escrevemos versos.
Eu minto, tu mentes, ele mente
Drummond, não.