Que canto há de cantar o indefinível
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer
Amar o perecível,
o nada,
o pó,
é sempre despedir se.
Ames ou não, ó minha amada
Quero te sempre boa atriz
Mentir amor não custa nada
E custa tanto ser feliz.
Para onde vão os trens, meu pai Para Mahal, Tamí, para Camirí, espaços no mapa, e depois o pai ria: também para lugar algum meu filho, tu podes ir e ainda que se mova o trem, tu não te moves de ti.
A poesia é o desafio do não dizer, a impossibilidade de dizer algo.
A matemática tem semelhança com esse estado de ser.
Em ambas há manifestação do divino, algo tão perfeito que transcende tudo.
Antes que o mundo acabe,
deita te e prova
Esse milagre do gosto
Que se fez na minha boca
Enquanto o mundo grita
Belicoso
E nos cobrimos de beijos
E de flores
antes que o mundo se acabe.
Antes que acabe em nós
Nosso desejo.