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Gabriela Stacul

Vim desabafar, palpitar mesmo.
Sempre vejo pessoas doando seus animais, e nessa situação pessoas criticam e outras elogiam a iniciativa de não abandoná los na rua e estão em busca de novos donos.
Qual a parte que um cão vive aproximadamente 15 anos as pessoas não entenderam Animais não são descartáveis, eles se apegam, se sentem protegidos, com medo, sentem dor, fome, entram em depressão.
Eu tenho dois cães, um boxer que é de porte grande, e uma vira lata de porte médio que peguei na rua.
Moro de aluguel, não sou rica, sou como a maioria dos brasileiros, trabalhando para passar o mês, mas a vacina, os petiscos, a ração de boa qualidade não falta aos meus filhos de quatro patas, deixá los é algo fora de cogitação.
Hoje poderia pagar um aluguel mais barato se não fosse eles, mas a questão é, que bom que eles existem e fazem parte da minha vida, Hulk e Belinha são pra vida toda, quando preciso mudar e vou em busca de casa sempre penso primeiro neles, no espaço pra eles, quando os peguei sabia que ali estava uma responsabilidade pra toda vida, e é isso que as pessoas tem que ter consciência ao pegar um animal.
Simplesmente os amo, e qualquer imprevisto que acontecer a gente da um jeito, mas da um jeito estando juntos, não tenho filhos, mas já pensei e quando tiver, se eles forem alérgicos Bem, vamos ter que lhe dar com isso.
Soluções existem, e a minha jamais seria o abandono de meus cães, ou uma corrente no pescoço limitando a aproximação.
Já vi pessoas dando seu cachorro porque o filho que nasceu depois é alérgico, veja a diferença de mentalidade, de coração, desde o dia que os peguei já pensei nessa possibilidade, e não abro mão deles.
A verdade é que não são apenas descartáveis, são corações vazios.
E uma das heranças que quero deixar aos meus futuros filhos é o respeito e amor pelos animais.
Essa é a maior riqueza que um pai deixa pra um filho.
Obrigada pai e mãe por me deixarem ter tido todos os bichinhos que desejei.
E pra mim uma pessoa que vai em busca de um cão pra adotar com as características na cabeça, já vai despreparado, quem quer adotar não pensa em aparência, se preocupa em olhar e se apaixonar a primeira vista.
Tá na hora de rever as atitudes e pensamento, gente que não ama bicho não é capaz de amar verdadeiramente ninguém.

Não sei porque minhas amigas são tão diferentes de mim, confesso achar elas tolas na maioria das vezes, mas isso não tem nada a vê com o carinho que sinto por cada uma delas.
Elas sempre vem desabafar comigo, dizer o quanto sofrem por algum cafajeste, do quanto estão apaixonadas, de sempre desconfiar com quase toda certeza e ainda assim dão sempre uma chance ao malandro, me falam da péssima mania dos pais de quererem sempre regrá las, de proibir inúmeras coisas, choram ao me falar de outras amigas que as traíram, do quanto ficam magoada por terem sido enganados por quem amavam como irmãs, dos vexames que fizeram ao estarem bêbadas, eu aguento o desabafo delas da ressaca moral, do desespero pra recuperar nota pra passar de ano, e sempre olham pra mim e me dizem, você não, você é diferente, sabe eu queria ser como você.
Há se elas soubessem, não foi uma escolha de ser "certinha", é tão natural, é tão eu "nasci assim", não me apego, não quero caras fazendo hora comigo, ao mesmo tempo não tem, porque não me permito, elas acham que é um controle, mas não, sou só eu, eu queria sentir aquelas tais borboletas no estômago, beber até quase cair, isso deve ser divertido, altas risadas vão ser garantidas, eu não queria mesmo que meus pais me limitassem, mas eles nunca o fizeram justamente por eu ser assim, se fosse ao contrário com certeza me dariam vários não, e essa talvez seja a parte que não queria, não tem amigas me traindo, porque eu sou muito desconfiada e é difícil entregar meu coração e segredos, a verdade é que tanta esperteza me faz ser cercada de escudos pra tudo quanto lado, eu queria ser menos observadora, menos maliciosa, menos coerente, ter menas paranoia, eu queria esquecer que a vida é frágil e sair fazer muitas coisas sem medo, mas não, eu não me esqueço, então logo eu me protejo, eu queria vê e analisar menos, assim eu não iria aprender tanto com os erros dos outros e me daria a oportunidade de quebrar a cara algumas vezes, tá certo, eu muito me polpo, sem sacrifícios pra isso, mas eu também deixo de viver um pouco das futilidades e inocência da idade que me fariam olhar pra trás e pensar, como eu amadureci, as vezes acho que nasci madura, uma especie de pronta(sempre na humildade), pronta pra tudo, até pra perder, e faço isso de uma forma tão concentrada e sensata que as vezes até eu mesma me assusto.
Eu só queria ser um pouquinho mais igual a elas, assim eu poderia ter com quem compartilhar horas do dia, e curtir músicas sem estar sozinha, porque nenhuma delas se quer conhece minhas bandas favoritas.
Eu queria mesmo é que o mundo me olhasse e não me achasse tão antiquada.
Talvez não seja o mundo, seja eu que nasci na década errada, mas como eu amo tudo isso aqui, tá tudo bem, aliás, super bem, e me proporcionar ao mundo de hoje não me faria feliz, sem máquina do tempo eu vivo conforme consigo, e SOU apenas pra quem quer que eu SEJA, e esses são poucos, mas são de verdade.