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Gabriela Stacul

Não sei porque minhas amigas são tão diferentes de mim, confesso achar elas tolas na maioria das vezes, mas isso não tem nada a vê com o carinho que sinto por cada uma delas.
Elas sempre vem desabafar comigo, dizer o quanto sofrem por algum cafajeste, do quanto estão apaixonadas, de sempre desconfiar com quase toda certeza e ainda assim dão sempre uma chance ao malandro, me falam da péssima mania dos pais de quererem sempre regrá las, de proibir inúmeras coisas, choram ao me falar de outras amigas que as traíram, do quanto ficam magoada por terem sido enganados por quem amavam como irmãs, dos vexames que fizeram ao estarem bêbadas, eu aguento o desabafo delas da ressaca moral, do desespero pra recuperar nota pra passar de ano, e sempre olham pra mim e me dizem, você não, você é diferente, sabe eu queria ser como você.
Há se elas soubessem, não foi uma escolha de ser "certinha", é tão natural, é tão eu "nasci assim", não me apego, não quero caras fazendo hora comigo, ao mesmo tempo não tem, porque não me permito, elas acham que é um controle, mas não, sou só eu, eu queria sentir aquelas tais borboletas no estômago, beber até quase cair, isso deve ser divertido, altas risadas vão ser garantidas, eu não queria mesmo que meus pais me limitassem, mas eles nunca o fizeram justamente por eu ser assim, se fosse ao contrário com certeza me dariam vários não, e essa talvez seja a parte que não queria, não tem amigas me traindo, porque eu sou muito desconfiada e é difícil entregar meu coração e segredos, a verdade é que tanta esperteza me faz ser cercada de escudos pra tudo quanto lado, eu queria ser menos observadora, menos maliciosa, menos coerente, ter menas paranoia, eu queria esquecer que a vida é frágil e sair fazer muitas coisas sem medo, mas não, eu não me esqueço, então logo eu me protejo, eu queria vê e analisar menos, assim eu não iria aprender tanto com os erros dos outros e me daria a oportunidade de quebrar a cara algumas vezes, tá certo, eu muito me polpo, sem sacrifícios pra isso, mas eu também deixo de viver um pouco das futilidades e inocência da idade que me fariam olhar pra trás e pensar, como eu amadureci, as vezes acho que nasci madura, uma especie de pronta(sempre na humildade), pronta pra tudo, até pra perder, e faço isso de uma forma tão concentrada e sensata que as vezes até eu mesma me assusto.
Eu só queria ser um pouquinho mais igual a elas, assim eu poderia ter com quem compartilhar horas do dia, e curtir músicas sem estar sozinha, porque nenhuma delas se quer conhece minhas bandas favoritas.
Eu queria mesmo é que o mundo me olhasse e não me achasse tão antiquada.
Talvez não seja o mundo, seja eu que nasci na década errada, mas como eu amo tudo isso aqui, tá tudo bem, aliás, super bem, e me proporcionar ao mundo de hoje não me faria feliz, sem máquina do tempo eu vivo conforme consigo, e SOU apenas pra quem quer que eu SEJA, e esses são poucos, mas são de verdade.