Tenho um otimismo realista, porque a condição humana é falha.
Todos nós somos atores nesse palco que é o mundo.
Hollywood está longe de me almejar.
Sou feliz de ter nascido nesse país e ter o carinho de um público que sempre me prestigiou.
Nosso ofício, falo de teatro, não nos deixa provas.
A posteridade não nos conhecerá.
Quando um ator pára o ato teatral, nada fica.
A não ser a memória de quem o viu.
E mesmo essa memória tem vida curta.
Investir em cultura não é caridade: é uma parceria que ajuda a projetar o Brasil internacionalmente.
Sou uma avó que trabalha demais, que ainda não teve tempo de sentar com seus netos para contar as boas histórias da vida.
Estou esperando a minha aposentadoria.
O problema é que, quando isso acontecer, os netos já estarão velhos demais.
Agora, só vou ler um roteiro se tiver um personagem inteiro para mim, e não apenas a boa vizinha, a maluca da cidade ou a avó de não sei quem.
Na minha idade, já conheço todos os tipos de beijos, já fiz todos.
Beijamos de acordo com as necessidades das cenas.
Se tiver que ser para valer, será.
Hollywood está longe de me almejar.
Sou feliz de ter nascido nesse país, de ter o carinho de um público que sempre me prestigiou.
Nossa deformação cultural nos faz pensar que cabe a um segmento da sociedade levar cultura a outro.
Nós temos é que buscar a cultura no povo, dando condições para que ela brote.
Nosso critério não é o de escolher papéis, mas procurar peças que queiram dizer alguma coisa.
Fazer teatro é um destino.