Dia do Professor 16/10/2002
Jornal opinião de Araras
Neste mês de outubro, duas importantes datas comemorativas existem para nos fazer lembrar das crianças e dos professores.
Trata se de um dia que, de forma mais intensa a outros, dirigimos lhes os nossos sentimentos mais carinhosos, mais intensos.
De um lado, a criança, pura de maldades, brincalhona, bagunceira.
Uma criança que desde seu nascimento busca o aprender, apreendendo ao seu modo, tudo o que lhe é possível.
De outro, a professora, lutadora, paciente, responsável direta pela aprendizagem da criança, a qual busca, desde seu início profissional, o ensinar.
Um ensinar difícil, pois é preciso saber de cada aluno, qual sua melhor forma de apreensão e se contorcer para faze los aprender.
Neste sentido, a profissão de professor é, há tempos, mais que uma mera profissão.
É um ato de dar se totalmente ao objetivo que ela se destina.
Um objetivo que cada um cumpre o da melhor forma possível, a partir de um desejo pessoal que se manifesta em cada leitura, curso ou aperfeiçoamento que vise a melhorar seus métodos pessoais, na implantação da proposta de ensino.
A proposta de ensino é do Estado, mas o método é do professor.
Neste mês, proponho fazermos uma viagem ao tempo, resgatando o sentimento de como era gostoso presentear nossa professora e hoje, dizer lhes o quanto estamos grato por tudo o que somos.
Parabéns a todos os professores!
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O doente mental e a família.
23/10/2002
Jornal Opinião de Araras
Há uma leve semelhança e uma enorme diferença entre o fechamento de uma Detenção Pública, como o Carandiru, e o fechamento parcial de um Hospital Psiquiátrico, ou sua redução de leitos.
A semelhança está no fato de ambos fazerem parte de projetos do Governo Estadual.
Já a diferença está nos resultados que este fato ocasiona.
Ao se fechar uma Casa de Detenção, os presos são transferidos para outras; no hospital psiquiátrico, os doentes são devolvidos às suas famílias.
Isto nos remete ao questionamento da função social das instituições de acolhimento e tratamentos de doentes mentais.
Sabemos que a família nem sempre está preparada para lidar com o doente mental.
Surge, então, um ciclo natural que causa dependência das famílias pelas instituições, estabelecendo um vício de internações que desgasta e esgota a todos os envolvidos, abrindo espaço para o surgimento de sentimentos de impotência familiar e rejeição, sentido principalmente pelo doente.
Com efeito, a instituição passa a ser a válvula de escape da família, haja vista que ainda não há ninguém melhor – por enquanto para tratar de seu doente.
Deste modo, surge uma nova necessidade da instituição, além de acolher o doente: amparar a família no seu convívio – em casa com o doente mental.
Neste caso, a atuação das Assistentes Social e dos Psicólogos é indispensável.
Pude observar de perto, ao conversar com Isabel Cristina, Assistente Social que há nove anos trabalha no Hospital Psiquiátrico da Cidade e tem como objetivo fazer uma reaproximação do doente com sua família.
Ela busca instaurar no ambiente familiar, sentimentos que visem aceitação.
Sem dúvida é uma tarefa bastante difícil, pois “re aproximar” é aproximar novamente alguém ou algo que antes estavam próximos.
E estavam mesmo Este trabalho merece admiração.
Trata se, pois, de um esforço fenomenal, tanto da família quanto da instituição, pois é preciso que a rejeição familiar, há tempos presente, seja quebrada, resgatando e substituindo a por um sentimento de amor, cujo fim busca amparar a tudo que gostamos; não de pena, porque ela só aparece quando a fraqueza nos toma.
Enquanto procura se trabalhar neste sentido, o fechamento de leitos não pode ser feito bruscamente, partindo de uma política econômica arbitraria.
O governo não pode dizer às famílias: “Toma que o filho é teu! ”.
Na verdade, o “filho” também é nosso e é obrigação do Estado ampará los, bem como a sua família.
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