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Edgard Abbehusen

Tem criança que não ganha presente.
Que não é inocente por um acaso qualquer.
Hoje, alguma criança terá plantada em seu coração a semente do ódio.
Por descuido, sabe Alguma infância será perdida e jamais será encontrada.
Hoje, uma criança nascerá em berço de ouro e terá direito a tudo o que quiser.
Enquanto, no mesmo momento, dez nascerão para morrer.
Hoje, perderemos algumas crianças para a guerra.
Uma guerra que a gente incentiva, fomenta e aplaude de pé quando ficamos adultos.
Quando perdemos a essência de ser criança.
Hoje, olharemos para essas crianças indiferentes.
Diremos: “Ah, escolha ser diferente.
Mude seu destino.
Tenha força de vontade.
Busque o seu mérito.” Como se as opções estivessem disponíveis em uma prateleira do supermercado.
E por falar em mercado, crianças entrarão no supermercado, na loja, no shopping e terão todos os olhares voltados para si.
Dos seguranças, principalmente.
Seja pela roupa, pela cor da pele, pelo jeito simples de ser criança.
Crianças serão separadas de outras crianças por seus pais acharem que elas devem se relacionar com crianças da mesma classe Social.
É exatamente quando começamos a criar os monstros.
Dos dois lados.
Hoje, alguma criança pagará o preço alto de ser criança.
E morrerá em silêncio.
Sem defesa.
Depois, alguma criança lhe estenderá as mãos para pedir comida e você negará.
Outro negará.
E todos os ‘nãos’ dirão àquela criança que ela pode ser o que quiser.
Inclusive o vilão mais fácil de ser derrotado pelas mãos do Estado.
E quando alguém gritar que devemos punir com mais vigor menores infratores, não devemos esquecer:
Os menores, antes de serem infratores, já nascem punidos pelo vigor do futuro que ajudamos a construir.
Que estamos ajudando a manter.
Que estamos empenhados em não mudar.

Não se arrependa por ter tentado.
De ter enviado mensagens que ficaram sem respostas.
De ter ligado e pedido pra voltar quando bebeu demais na balada.
Não se arrependa por ter batido na porta.
Por ter ajoelhado, em pensamento ou presencialmente, pedindo mais uma chance.
Não se arrependa de ter interpelado aos pais, aos amigos próximos, pelo menos uma vez.
Por ter chorado na frente de quem nem lhe conhecia direito.
No trânsito, no ônibus ou no metrô enquanto toca aquela música que lembrava a viagem que fizeram juntos.
Não se arrependa por ter pensando que a melhor história de amor da sua vida tinha acabado.
Sério, não se arrependa.
Eu também já quis me arrepender de tudo um dia.
Na verdade, a gente faz, pensa e diz muitas bobagens quando fica com o coração ferido.
Quando a gente quer ficar mais um pouco na vida de alguém que já não nos dar mais espaço.
A gente só não pode se arrepender de ter tentado, sabe De ter feito a nossa parte para que algo desse certo.
Alguns chamam de humilhação.
Outros vão achar uma idiotice danada e até falta de amor próprio.
Mas isso que a gente faz de forma até meio boba e infantil é o amor se manifestando em ensinamento, gente.
É ele nos dizendo que o sentimento do outro vai além das nossas vontades.
Nos salvado até quando quem a gente ama nos diz ‘não’.
Para que lá na frente a gente ame melhor e seja amado melhor, também.
Porque depois de todo esse desespero vem a resignação.
A gente entrega ao tempo.
Deixa nas mãos de Deus.
Vai sobrevivendo até perceber que, para viver, a gente só precisa está bem com a gente mesmo.
Encontramos outros amores da vida.
Vivemos outras histórias, até mais intensas.
Por isso, ao olhar para trás, muitos se arrependem de terem tentado de todas as formas.
Digo de novo, não se arrependa.
Porque não há melhor sensação do que olhar para trás e pensar: Eu tentei e fiz o possível.
Tentei demais.
Insuportavelmente eu tentei.
Então fica em paz, certo Como diz a música, gente: “É sempre mais feliz quem mais amou”.
#OxenteEd

Tenho uma irmã chamada Aline e no último dia 9 de dezembro ela fez 29 anos.
Aline não fala, não anda.
Usa fraldas e minha mãe cuida dela como se ela ainda fosse o seu “bebê para toda a vida”, como ela mesma diz.
Aline sofreu um erro médico quando era criança e o resultado foi uma lesão cerebral que a condenou ao estado vegetativo.
Cresci assistindo a luta dos meus pais em torno de Aline.
Cirurgias, problemas respiratórios, convulsões.
Cresci vendo a minha mãe abdicando várias coisas em prol do bem estar de Aline.
Os médicos diziam que Aline não chegaria aos 12 anos.
Ela fez 15.
Depois disseram que ela não iria sobreviver até os 18.
Aline, ano que vem, vai completar 30 anos.
Minha mãe tem 59 anos.
Ela troca fraudas, faz mingau, passa noites acordada.
Minha mãe carrega Aline para dar banho com a facilidade de quem carrega um bebê recém nascido.
O amor salvou Aline e a mantém viva até hoje.
Ontem, viajando, refletia sobre tudo isso.
Das vezes que ela foi internada.
As convulsões.
A pneumonia.
A dor sentida que temos que adivinhar, muitas vezes.
Os planos que foram adiados e mudados por conta dela.
E, nesse tempo todo, Aline permaneceu com o sorriso e o brilho no olhar.
Talvez a única expressão perceptível dela é o sorriso.
Muitas vezes, ela gargalha, gente.
Acreditem.
A gente busca o nosso bilhete da sorte todos os dias.
Reclama do ano e, por problemas comuns e muitas vezes simples, carregamos o nosso tempo precioso com lamentações.
Podemos falar, andar, ouvir, enxergar, trabalhar, usar as mãos e as pernas para buscar novos e grandes sonhos.
Ainda assim, reclamamos.
A nossa sorte é a vida.
O nosso bilhete premiado está na chance que temos de alcançar nossos objetivos.
Acertar cinco ou seis dezenas é muito pouco diante da preciosidade de levantar, admirar o brilho do sol e abraçar quem a gente ama com saúde e amor.
Que seja essa a grande mega da virada em 2018.
Gratidão por poder ser e fazer o quê a gente quiser.
Feliz ano novo, gente, é pra quem sabe viver o ano da sua melhor maneira.
Boa sorte pra quem aposta na vida.

[Foi bom enquanto durou] No fundo, eu sabia que duraria pouco e, por isso, eu acho que durou até mais do que as minhas expectativas sugeriram.
Eu já quebrei a cara por ser intensa.
Dessa vez e de outras inúmeras vezes.
Você nem acreditaria se eu te contasse, meu amor.
A intensidade já tentou matar os meus sentimentos, mas foi exatamente pela intensidade em sentir que eu sobrevivo sempre.
Tem uma história ou texto, acho que do Chico Xavier, onde ele diz que tudo passa.
A lágrima, a dor e o sofrimento.
Só que o Chico colocou tudo no mesmo barco.
O sorriso, as alegrias da vida, o sucesso, o amor.
Isso também pode passar.
E o amor passou arrebentando o meu coração.
Por isso eu tenho sangrado tanto.
Só que eu fui feliz com você.
Ao teu lado eu pude descobrir coisas lindas sobre mim e redescobrir sentimentos adormecidos pelas vezes em que, para a dor passar, tive que deixá los passar desapercebidos pelos olhos da minha alma.
Foi em meio a esse vazio que você chegou e preencheu tudo com uma generosidade surpreendente.
E eu sentia que você era demais para ficar preso a uma pessoa.
Então, eu fui tentando não me acostumar com o seu sorriso todas as manhãs, ao seu abraço apertado que ao invés de sufocar, me fazia respirar bem e melhor.
A sua voz tão calma e tranquila, porém tão intensa.
Impossível não se acostumar.
Eu sei.
Essa hora iria chegar mais cedo ou mais tarde e a história durou o tempo necessário para me deixar convencida de que o tempo foi excepcional enquanto estávamos juntos.
E você partiu da forma que chegou.
Generoso e despretensioso.
Não sinto raiva, mas dói! A dor da saudade e, também, da gratidão pelo universo ter me presenteado em algum momento com a sua presença.
A dor de saber que não foi pra sempre.
Vou fazer o que me pediu.
Seguir em frente, só que me inspirando no ser humano que você é.
Acreditando em todos os profetas e médiuns que afirmam que isso vai passar.
Mas vou sem fechar os olhos para o sentimento tentando matá lo.
Não vou ficar vazia.
Você me preencheu.
E de agora em diante não serei de ninguém que seja menos daquilo que você foi pra mim.