Na arte, a indisciplina dos novos, a sua rebelde força de resistência às correntes da tradição, é indispensável para a revivescência da invenção e do poder criativo, e para a originalidade artística.
O riso é a mais útil forma da crítica, porque é a mais acessível à multidão.
O riso dirige se não ao letrado e ao filósofo, mas à massa, ao imenso público anónimo.
As obras de arte devem falar «por si mesmas», explicar se «por si mesmas», sem terem necessidade de pôr ao lado um cicerone.
Acompanhar um livro de versos de crítica «já feita» é querer impor um guia à emoção do leitor.
O leitor detesta isso.
Eu tenho a paixão de ser «leccionado»: e basta darem me a entender o bom caminho para eu me atirar a ele.
Mas a crítica, ou o que em Portugal se chama a crítica, conserva sobre mim um silêncio desdenhoso.
Curiosidade: instinto que leva alguns a olhar pelo buraco da fechadura, e outros a descobrir a América.
A luta pelo dinheiro é santa porque é, no fundo, a luta pela liberdade: mas até uma certa soma.
Passada ela é a tristonha e baixa gula do ouro.
As dívidas serviram, diz se, a excitar o génio de Dickens e Balzac: não encontrando em mim um génio a excitar, vingam se da humildade do seu papel torturando me.
O verdadeiro comércio inspira virtudes próprias: a economia, a boa fé, a exactidão, a ordem e actividade leal.