Para Melisso o ser deveria ser infinito Parmênides dizia que o ser devia ser finito.
Melisso defende o ser infinito porque ele não pode ter limites nem no tempo nem no espaço.
Se o ser fosse finito ele teria que fazer limite com o vazio, o vazio é um não ser e é impossível que o ser seja limitado pelo não ser.
O ser além de ser infinito é uno porque se fossem dois um deveria fazer limite com o outro e fazer limite significa limitar e o ser não pode ser limitado por outra coisa, mesmo outro ser.
O ser não pode ter sido gerado pois se tivesse sido gerado ou se pudesse ter fim o ser seria finito no tempo, o ser seria limitado pelo tempo.
O ser não pode ter vindo do nada nem pode acabar no nada, não pode ter início nem fim, ele vai além do tempo, nele o presente o passado e o futuro coincidem.
O ser sempre foi é e sempre será.
O ser é também incorpóreo, mas esse incorpóreo não quer dizer que ele seja imaterial, ele tem que ser incorpóreo porque não pode ter uma forma e os corpos têm forma.
Se o ser tivesse uma forma ele teria que ser limitado pois a forma tem limites e o ser não pode ter limites.
Aqui Melisso novamente modifica a teoria de Parmênides, pois este acreditava que o ser era como uma esfera.
O ser de Melisso não pode ter a aparência corpórea de uma esfera porque mesmo a esfera põe limite no ser e o ser é ilimitado.
O ser é pleno e qualquer forma de vazio e nada não existem.
Melisso além de defender a unidade do ser defende também a imobilidade do ser contra a ilusão do mundo sensível que se apresenta como múltiplo e em constante movimento.
O conhecimento sensível é falso e a prova disso é que ele demonstra ao mesmo tempo a coisa e a sua modificação mas se as coisas fossem verdadeiras elas não modificariam.
(de A Filosofia de Melisso de Samos)