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Demétrio Sena Magé RJ.

PARA VIVER UM GRANDE AMOR
Demétrio Sena, Magé RJ.
Com toda a liberdade que os filhos devem ter para brincar, fazer amigos, conviver com outras pessoas queridas, a presença dos pais deve ser a mais constante; a mais forte; mais significativa.
Dar se ao luxo do belo pleonasmo de ser a presença mais presente.
Filhos até se acomodam, mas não querem a liberdade extrema de quase não ver os pais.
A tristonha liberdade – ou abandono de ter em outros rostos os mais vistos.
Em outras vozes as mais ouvidas.
Em outros nomes, os mais chamados nas suas horas de angústias e dúvidas infantis.
O exercício da maternidade/paternidade exige tempo e presença.
Contato constante.
Evidentemente, o trabalho nos afasta um pouco desse contato, mas deve ser a única justificativa – não forjada – para não estarmos perto de nossos filhos.
Melhor ainda, se os filhos tiverem a certeza de que um dos pais estará sempre com ele, na ausência do outro.
Todo filho, ao crescer, será muito mais feliz se tiver a lembrança de que foi educado pelos pais.
Não por um monte de gente.
A educação fragmentada deixa buracos irremediáveis na vida e no caráter do ser humano, e todo ser humano há de cobrar aos pais – ou a um deles por esse buraco, e não há de ser das melhores formas de cobrança.
Exercite ao máximo sua maternidade, ou paternidade, no tempo de que dispõe, e procure dispor do máximo possível, de tempo.
Pelo menos do seu tempo com os filhos.
E se esses filhos têm sua guarda alternada, por questões de separação dos pais, a razão é mais forte ainda, para você aproveitar ao máximo esse tempo já dividido.
Quem se livra do filho, deixando o constantemente aos cuidados de outros, mesmo nos casos em que dá para ficar com ele ou levá lo em suas saídas, perde a chance de viver um grande amor.
O maior amor de sua vida.
A história mais bonita que poderia escrever.

VIDA QUITADA
Vivo de fato.
Não espero a morte.
Creio ter explicado, embora vá fazê lo de novo, que a minha vida é preciosa.
Tenho cada momento como nova pepita garimpada no percurso de minhas paixões.
De meus sonhos projetados para o futuro.
De minha crença na existência desse futuro, ainda que ele não passe do dia seguinte.
Não há pedra na vesícula, ou no rim, que possa diminuir o valor da pedra preciosa que há no meio do percurso Do meu percurso.
O sentido que dou a cada dia vai muito além das conquistas materiais, embora também as valorize, decididamente bem menos do que às conquistas de afetos, saberes e culturas.
Viver bem, no meu caso, tem pouco a ver com os bens acumuláveis ao longo da existência.
Confesso que nunca lutei por casa, carro, fama, influência, cargos destacados no emprego e na sociedade.
Até mesmo como escritor, nunca enviei calhamaços, livros demo, endereço pessoal de blog ou algo parecido para editoras, visando contratos.
Percorri meus caminhos do meu jeito, com as dificuldades próprias de quem escolhe caminhar, e por isso demorei tanto a parir livros.
Sou realizado como escritor de pouca fama e educador apaixonado.
Sobretudo como pai de Nathalia e Júlia, irmão de oito pessoas amadas com as quais partilhei a mãe dos sonhos de qualquer filho, e como amigo de pessoas também especiais.
Eis minha realização pessoal.
A de um homem que chamam de acomodado, mas que na verdade é muito ambicioso, pois deseja (e tem com fartura) o que nunca será comprável.
Se hoje não temo a morte, é porque minha vida está quitada.
Já estou em paz comigo, errei tudo o que pude, consertei o que deu, fiz minhas escolhas certas e erradas, paguei por estas outras e tive por aquelas as recompensas de praxe.
Fui criança na idade certa, fiquei maduro na maturidade, agora caminho rumo à velhice, tendo na mente um conceito enxuto e sereno da mesma, para não ser, equivocadamente, um triste velho de alma jovem.